Para vizinhos dos garotos afogados, tragédia poderia ser evitada se bairro oferecesse diversão
Vizinhos dos cinco garotos mortos por afogamento em represa de Santo André, moradores do Jardim Oratório, em Mauá, cobram do poder público mais opções de lazer. Para eles, a tragédia ocorrida na quarta-feira poderia ter sido evitada se a cidade oferecesse mais opções de lazer, principalmente para os jovens.
A vendedora Eliane Aparecida Oliveira, 39 anos, afirma que, aos fins de semana, a garotada da região opta por brincar na rua. “É aí que surge o perigo. Além da falta de segurança, podem surgir as ideias perigosas, como foi a de nadar no Tancão da Morte.” Ela aponta como sugestão o modelo adotado na Capital, em que a população pode utilizar as piscinas dos CEUs (Centros Educacionais Unificados).
“As escolas de Mauá, geralmente, ficam abertas. O pessoal vai lá para jogar bola. Mas, no verão, a molecada quer brincar em piscina. Eles também têm direito a isso”, reivindica a dona de casa Vânia Inácio Martins, 49. Na opinião dela, a tragédia no Tancão da Morte deveria servir de alerta para que outros jovens fiquem longe de lá. “Até o nome é assustador.”
Além dos perigos de acidente, o estudante David Reis, 17, afirma que a falta de opções de lazer também expõe os jovens a outro tipo de riscos. “Nas ruas, o pessoal pode acabar se envolvendo com coisa errada”, alerta. “O poder público não oferece espaços apropriados e, infelizmente, os jovens acabam procurando alternativas mais perigosas”, acrescenta o líder comunitário do Oratório, João Lopes.
A Prefeitura de Mauá informa que a piscina localizada no Centro Esportivo Celso Daniel, ao lado do Paço Municipal, pode ser frequentada pelo público. Para isso, é preciso fazer cadastro e exame médico no local. Este ano foi o primeiro em que a área passou a ser aberta. O Executivo diz ter 100 espaços de lazer, entre quadras e campos de futebol, pistas de skate e academias ao ar livre.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.