Pioneiro na apresentação da proposta de implementação da TV Câmara em São Bernardo, o vereador Tunico Vieira (PMDB) analisa de maneira reticente a intenção do presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), de colocar a divulgação das sessões ao vivo em prática.

O peemedebista protocolizou em 2002, durante seu primeiro mandato parlamentar, projeto para instituir as transmissões. Já a sugestão do popular-socialista foi apresentada no ano passado.

Ao contrário do que ocorreu há oito anos, a autorização para o funcionamento da TV Câmara foi aprovada pelos vereadores da atual legislatura em outubro. Entretanto, os detalhes do projeto, como valor, formato, entrevistas, programação e propaganda ainda têm de ser definidos em nova propositura de Manente.

"Sempre fui favorável à divulgação do trabalho dos vereadores, mas no sentido de informar a população. E prego precaução para que essa ferramenta não seja utilizada para fazer propaganda política, com dinheiro público", avalia o peemedebista, sem polemizar sobre o pioneirismo da iniciativa.

"Não tenho exclusividade na ideia porque em outras cidades e em alguns Estados brasileiros já eram feitas as transmissões das sessões. Em São Bernardo fui o primeiro a apresentar a proposta, mas à época não tive apoio dos demais parlamentares", completa.

Tunico ressalta que todo o processo que envolve a TV Câmara tem de estar "muito bem detalhado", para que os princípios da impessoalidade e imparcialidade não sejam feridos.

"A transmissão pela televisão facilita a fiscalização do trabalho dos vereadores, deixa o processo mais transparente. Mas é preciso tomar cuidado com as propagandas, o conteúdo jornalístico e outras peculiaridades que a proposta tem de deixar claro", enfatiza.

O parlamentar sugere também a possibilidade de implementar o projeto "por etapas", usando a internet. "As gravações poderiam ser feitas de forma experimental pelo site da Câmara. Se desse certo, poderia ser ampliado e efetivado para a TV."

Segundo estudos preliminares, a TV Câmara de São Bernardo teria custo de R$ 9 milhões por ano, numa parceria com a TV Assembleia, de São Paulo, com transmissão ao vivo, às quartas-feiras, pelo canal 17, da Net.