José Roberto Gianello
(São Paulo, 2-7-1948 – São Caetano, 29-4-2022)

Na história de São Caetano, a presença do sociólogo José Roberto Gianello. Ele viveu a cidade intensamente, desde a infância, observando o seu desenvolvimento, a formação de cada pedaço, e a partir da vivência, dos estudos – era um “devorador” de bons livros – e do relacionamento humano, contribuiu decisivamente para a construção da memória não só da sua cidade como de toda a região.

Gianello foi do Gipem (Grupo Independente de Pesquisadores da Memória). Integrou o corpo técnico da Fundação Pró-Memória de São Caetano e reativou o Museu Histórico e Pedagógico Antonio Raposo Tavares, de São Bernardo. Nestes quase 35 anos da “Memória” aqui no Diário, foi um dos colaboradores e orientadores mais assíduos.

Uma das semanas dedicadas ao aniversário oficial de São Caetano, em 2014, a cidade dividiu o espaço com as descobertas e orientações de José Roberto Gianello. E ali ficou registrado um pouco, um mínimo, da personalidade humanitária do nosso amigo querido.

Vila Califórnia. Avenida Tijucuçu. Um lindo prefácio.

Gianello é filho e neto de migrantes/imigrantes. Nasceu “do outro lado do Rio Tamanduateí”, na Vila Califórnia, Zona Leste de São Paulo – na prática, uma continuidade de São Caetano, como o são as vizinhas vilas Alpina e Zelina e o bairro São João Clímaco.

Quando José Roberto tinha 6 anos, em 1954, os Gianello atravessaram o rio e chegam a São Caetano para morar em definitivo na cidade. Sua casa, na Avenida Tijucuçu, foi nosso quartel general quando da elaboração do livro “Migração e Urbanização – a presença de São Caetano na região do ABC”, do qual Gianello foi um dos prefaciadores, ao lado do professor José de Souza Martins.

Na segunda metade da década de 1970, José Roberto Gianello estuda e forma-se pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Sob os acordes do Bepo da Sanfona

No prefácio do livro “São Caetano, migração e urbanização” (1993), Gianello elegeu nomes da cidade, capítulo a capítulo...

Nicola Perrella, autor do clássico “Entre as torbas de São Caetano”.

Ângelo Augusto Zaparolli, contador de histórias.

Família Toyoda, da eterna fábrica de cerâmica e porcelana.

Família Pujol, do bondinho que levava ao São Vicente Curandeiro.

Família Kaiser, dos chucrutes da Vila Paula.

João Molinari, da escolinha do nono Giovani no bairro Cerâmica.

Hugo Veronesi, da jardineira que cobria o itinerário Centro-Meninos.

Família Fiorotti, das cartolas de vinho.

Romeu Fiorelli, das caçadas de Vila Prosperidade.

 Antonio Fonseca Martins, o “Batata Assada” da Vila São José.

Os acordes do Bepo da Sanfona, “como não poderia deixar de ser, provocando enchentes de alegria e poluindo de felicidade os corações são-caetanenses”.

NOTA DA MEMÓRIA – Escrevemos aqui em “Memória”, na edição de 9 de agosto de 2014: “Gianello, se eu nunca te agradeci pelo prefácio, agradeço agora. E vamos assistir, um dia, o seu Azulão contra o meu Tigre”.

A DESPEDIDA
Filho de Bruno Gianello e Maria Isabel Gianello, José Roberto Gianello parte aos 73 anos. Foi sepultado no Cemitério das Lágrimas, em São Caetano

Crédito da foto 1 – Claudinei Plaza/Banco de Dados

O SÃO-CAETANENSE. Gianello em 2014 no canteiro central da Avenida Tijucuçu: generoso, dividia o resultado de suas pesquisas com que o procurasse e tornou a história de São Caetano mais rica

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Sexta-feira, 5 de maio de 1972 – ano 14, edição 1834

MANCHETE – Feito ontem em São Bernardo enxerto de órgãos genitais. Walter Cardoso, 26 anos, residente no Jardim do Estádio, em Santo André, foi submetido ontem (4-5-1972) ao primeiro enxerto de órgãos genitais do Brasil.

A operação realizou-se no Hospital Príncipe Humberto, em São Bernardo. Foram responsáveis pela operação os médicos Fontagno Marques e Paulo Hideki Kishida, da equipe do Doutor Francisco de Jesus Zerbini.

MAUÁ – A Câmara Municipal aprovou a outorga do título de Cidadão Mauaense ao padre Antonio Negri, por iniciativa do vereador Antonio Polizeu.

Padre Negri foi o iniciador das obras da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição há 25 anos (em 1947).
Também aprovada a concessão do título de Cidadão Mauaense a Tercilio Tamagnini, por iniciativa do vereador Aparecido Sanvidotti.

ESPECIAL – Instituto Mauá de Tecnologia forma técnicos há 25 anos.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Terça-feira, 5 de maio de 1992 – ano 33, edição 8064

MANCHETE – Governo vai vetar a bimestralidade.
Emenda aprovada pelo Senado garante reajustes bimestrais ao salário mínimo. Bancada governista decide se enfrenta ou não oposição.

MAUÁ – Desde ontem (4-5-1992) a Unidade Básica de Saúde do Jardim Zaíra atende 24 horas por dia.

EM 5 DE MAIO DE...

1902 – Sociedade Beneficente União dos Cocheiros reelege Manoel Moreira da Silva Porto presidente.

Grêmio Treze de Maio dos Homens de Cor aclama Benjamim Clemente de Souza presidente.

1957 – Do correspondente do Estadão em São Caetano:

Inundações periódicas em São Caetano. Um abaixo-assinado com 250 assinaturas foi entregue ao prefeito pedindo a desobstrução do Rio Tamanduateí na divisa do bairro Fundação e Vila Prudente. As partes baixas da Avenida Conde Francisco Matarazzo e Ruas Ceará e Vinte e Oito de julho são inundadas a cada chuva mais forte.

A Câmara Municipal de São Caetano aprovou, por 12 votos a 4, requerimento do vereador João Cambauva (UDN) contra a cassação do deputado Carlos Lacerda.

HOJE
Dia Nacional das Comunicações
Dia da Comunidade
Dia do Expedicionário
 

SANTO DO DIA
 Angelo (Jerusalém, 1185 – Sicília, Itália, 1220). Padre carmelita. Em Roma, conheceu Francisco de Assis. Na Sicília, trabalhou na conversão dos hereges cátaros.

MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Na Grande São Paulo, hoje é o aniversário de Biritiba Mirim. Elevado a município em 1964, quando se separa de Mogi das Cruzes.

No Interior de São Paulo, aniversaria Garça. Elevado a município em 1928, quando se separa de Pirajuí.

No Estado da Paraíba: Aparecida, Assunção, Capim, Cuité de Mamanguape, Curral de Cirna, Marcação, Pedras de Fogo, Riacho do Poço e São João do Cariri.

Em outros Estados: Alto Paraná e Uraí, no Paraná; Goiana, em Pernambuco; Ibicuitinga, no Ceará; Lajeado, em Tocantins; Maruim, em Sergipe; e Montenegro e Segredo, no Rio Grande do Sul.

Falecimentos

Santo André

Alice dos Anjos Lopes, 95. Natural de São Paulo, Capital. Residia na Vila Valparaíso, em Santo André. Pensionista. Dia 2. Jardim da Colina.

José Teodoro dos Santos, 85. Natural de Arapiraca (Alagoas). Residia no Parque Capuava, em Santo André. Serralheiro. Dia 2. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

São Bernardo

Odecia Silvino, 93. Natural de Uberaba (Minas Gerais). Residia no bairro Taboão, em São Bernardo. Dia 30, em Ribeirão Pires. Cemitério da Paulicéia.

José Frutuoso de Oliveira, 89. Natural de Farias Brito (Ceará). Residia no Jardim Maria Adelaide, em São Bernardo. Dia 28. Cemitério dos Casa.

São Caetano

Altino Munin, 91. Natural de Birigui (São Paulo). Residia no Jardim Angela, em São Paulo, Capital. Dia 29. Cemitério São Pedro, Vila Alpina.

Francisca Gimenez da Cruz, 88. Natural de Colina (São Paulo). Residia no bairro São José, em São Caetano. Dia 27. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Diadema

Necy Pereira dos Santos, 83. Natural de Canhotinho (Pernambuco). Residia no Parque Real, em Diadema. Dia 2. Cemitério Municipal de Diadema.

Mauá

Décio Marchiori, 73. Natural de Amparo (São Paulo). Residia no Jardim Zaíra, em Mauá. Dia 30, em Santo André. Cemitério Santa Lídia.

Ribeirão Pires

Maria Fernanda, 96. Natural de Portugal. Residia no bairro Santa Luzia, em Ribeirão Pires. Dia 3. Cemitério São José.

Maria Vieira Simões, 86. Natural de Salinas (Minas Gerais). Residia no Pilar Velho, em Ribeirão Pires. Dia 29. Cemitério São José.