A Prefeitura de Diadema realizou, na tarde de ontem, ação de desocupação de um terreno na Rua Nara Leão, no bairro Jardim Casa Grande, que havia sido invadido por três famílias. No entanto, após a saída de representantes da administração municipal, os ocupantes que tiveram os barracos demolidos voltaram a erguer novas estruturas.

Kelly Cristina, 32 anos, chegou ao local havia dois dias com os filhos. “Eu recebi bolsa aluguel por quatro meses e cancelaram. Não aguento pagar R$ 600 por mês e, então, vim para cá. Aqui é uma área vazia, não estamos prejudicando nada”, falou. “Quando o pessoal chegou para derrubar o barraco, a gente ficou na frente, mas não quiseram saber. O Conselho Tutelar veio também, falando que ia levar minhas crianças se eu não saísse”, acrescentou.

O jovem Crismakeitom Fernandes da Costa, 20, estava na área com a mulher e as duas filhas – uma de 2 anos e a outra, recém-nascida. “Quebraram tudo em cima dos meus móveis, não esperaram eu tirar nada . Levaram embora minhas madeiras que eu comprei e queriam levar meus filhos para o Conselho Tutelar”, relatou.

Tamiles Dias Reis, 22, contou que foi a primeira a se instalar no terreno. “Meu marido me abandonou, tenho três filhos e fui despejada. Vai fazer quatro meses que estou aqui. Me pediram para sair, mas não saí”, comentou. Ontem, o barraco dela permanecia de pé, mas a equipe da administração municipal a avisou que voltará para derrubá-lo.

Segundo a ocupante, a área já foi invadida uma vez e há dois anos encontrava-se ociosa. “A Prefeitura tem plano de fazer uma praça, que nunca saiu do papel. Aqui é uma área abandonada, que serve de ponto de droga. Com as famílias aqui, o local está todo limpo. Sem, só junta lixo, rato e entulho. A Prefeitura não passa aqui”, reclamou.

O Executivo de Diadema não disse se o terreno é público ou particular nem se há algum projeto para a área. Em nota, informou que o local é uma área de risco, “portanto imprópria e perigosa para uso habitacional”.

Ainda segundo a administração, as famílias, “que foram antecipadamente notificadas a desocupar o terreno, já estão sendo atendidas e orientadas pelo serviço social da própria Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano”.