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Professor morre; diretor diz que foi acidente
Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
25/11/2001 | 19:04
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“As informações que temos são de que foi um acidente. O garoto estava brincando com um chaveiro que escapou e atingiu o professor”, disse José Figueiredo de Moura, diretor da EE Professora Palmira Grassiotto Ferreira da Silva, no Parque São Bernardo, em São Bernardo, durante o velório do professor José Vieira Carneiro, 44 anos. O professor sofreu agressão de um aluno da escola (dentro da sala de aula), passou por cirurgia e morreu 15 dias depois, na madrugada de sábado no Hospital dos Servidores Públicos do Estado, em São Paulo.

Segundo familiares e professores da instituição, o aluno (não localizado pela reportagem) teria colocado as chaves entre os dedos e dado um soco na cabeça do professor. Uma das chaves ficou cravada em sua testa. Durante duas semanas, Carneiro foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital e fez diversos exames, que detectaram um coágulo no cérebro.

A família acusa a direção da escola de ter amenizado o problema desde o primeiro dia. Segundo professores da escola, o agressor – provavelmente menor de idade – não compareceu mais às aulas desde o ocorrido.

A família não registrou boletim de ocorrência em São Bernardo após a agressão. Segundo familiares, o professor não queria prejudicar o garoto. No entanto, um BO foi feito no 36ºDP de São Paulo no domingo seguinte à agressão, quando Carneiro foi internado após sentir muitas dores de cabeça.

 “Meu marido era um homem muito bom e não queria estender mais a confusão. No entanto, quando ele já estava internado, um médico disse que não era possível ter sido um acidente e nos orientou a registrar a ocorrência”, disse a viúva do professor, Ana Carneiro.

A liberação do corpo foi feita domingo à noite. A causa da morte, porém, ainda não foi diagnosticada. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital dos Servidores, o IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo fez a autópsia e, junto ao prontuário médico de Carneiro, deverá emitir um laudo em um prazo de até dois meses sobre a causa da morte.

Velório – Dezenas de familiares, amigos, professores e alunos estiveram no velório do professor de História e Geografia, na manhã de ontem. Por volta das 15h, seu corpo foi levado para o aeroporto de Cumbica, em São Paulo, com destino à Boa Viagem, no Ceará. “O enterro no Ceará foi pedido da mãe dele, que vive lá”, disse seu sobrinho Cláudio Cavalcanti Carneiro.




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