Setecidades Titulo
Investimento para recuperação de adolescentes ainda é insuficiente
Raymundo de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
28/07/2001 | 16:31
Compartilhar notícia


Apesar dos investimentos feitos na recuperação de crianças e adolescentes, os coordenadores de programas de complementação de renda dos municípios do Grande ABC acreditam que todas as ações feitas na região ainda são insuficientes para atender a demanda de famílias em precárias condições socioeconômicas e acabar de uma vez com o trabalho infantil. Tanto os projetos do governo federal quanto os programas mantidos pelas Prefeituras não conseguem atender todas as famílias que possuem crianças e adolescentes em situação de risco social ou que exercem algum tipo de atividade em troca de dinheiro.

Cultura equivocada – Para a diretora do Departamento de Assistência à Família, Criança e Adolescente da Prefeitura de Santo André, Valéria Gonelli, além da falta de recursos, tanto federais quanto estaduais e municipais para atender a população de baixa renda, há aspectos culturais que contribuem para manter a exploração do trabalho infantil.

“As pessoas acham normal que adolescentes com idade até 16 cuidem de seus irmãos mais novos ou da casa, lavem roupas ou exerçam outras atividades e não vêem isto como um trabalho”, afirmou. Segundo ela, a sociedade aceita que, enquanto crianças e adolescentes de classe social elevada freqüentam cursos complementares, como idiomas, esportes, música e dança, por exemplo, os filhos de famílias de baixo poder aquisitivo tenham de ajudar a cuidar da casa e auxiliar na complementação do orçamento doméstico.

Valéria afirma que os investimentos do município feitos para erradicar o trabalho infantil por meio da complementação do orçamento de famílias de baixa renda foram de cerca de R$ 1,2 milhão no ano passado, sem as despesas de custeio operacional (30%). A previsão para este ano é de gastar R$ 2,4 milhões e atender mil famílias até o fim do ano. Atualmente são atendidas 335 famílias.

O secretário de Família e Bem-Estar Social de Mauá, José Alfonso Klein, afirmou que há muitas crianças em situação de exploração, ou de risco, de trabalho infantil no município que não são atendidas pelos programas de inclusão social.

As prefeituras não possuem levantamentos sobre a quantidade de famílias com crianças e adolescentes em situação de risco ou que exerçam algum tipo de trabalho infantil.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;