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Grenal na arquibancada do Centenário
Alec Duarte
AS/Especial para o Diário OnLine
De Montevidéu
01/07/2001 | 19:04
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A estréia do gaúcho Felipão na Seleção Brasileira, além da proximidade entre Rio Grande do Sul e Uruguai, provocaram um fenômeno ontem no Estádio Centenário: a invasão gaúcha. Cerca de 5 mil torcedores brasileiros foram ver, de perto, o primeiro jogo da era Scolari. E, na arquibancada, as camisas de Grêmio e Internacional deram um ar de clássico regional à partida Uruguai x Brasil.

Pelo menos nas tribunas, o tricolor ganhou o confronto particular contra o eterno rival. O time, que já foi dirigido por Felipão, foi quem levou mais torcedores ao estádio. Muitos deles admitiram que enfrentaram quilômetros na estrada apenas para dar apoio a Scolari.

“Eu não viria para cá se o Felipão não estivesse no comando”, confirma Paulo Passos de Souza, 46 anos, que encarou 600 km entre Uruguaiana e Montevidéu para dar uma força ao conterrâneo. Gremista, Souza disse que 15 ônibus deixaram sua cidade em direção ao Uruguai. E as caravanas vieram de várias cidades, como Santana do Livramento, que fica na fronteira entre os dois países.

De forma geral, as caravanas foram bem recebidas pelo público uruguaio. Houve provocações, é claro, mas a quantidade de policiais na partida (cerca de 600) garantiu a segurança dos brasileiros. O único problema foi provocado por dois torcedores do Internacional que, embriagados, brigaram entre si. Resultado: acabaram presos, foram levados ao distrito policial que funciona dentro do estádio e não viram o jogo. De acordo com a legislação uruguaia, eles serão processados.

Convivência — Colorados e gremistas não costumam sentar lado a lado, muito menos entrar pela mesmo setor da arquibancada. Sábado, essa situação provocou muitas brincadeiras, especialmente por parte dos gremistas, que além de serem maioria, se sentiam mais à vontade ao torcer para a Seleção de Felipão. “Quem está de vermelho não entra”, falavam.

Outra torcida que viajou em peso ao Uruguai foi a do Brasil de Pelotas, clube pelo qual Scolari conquistou o título do interior gaúcho em 1983. Considerada a mais bagunceira e barulhenta do Rio Grande do Sul, a torcida do Brasil deu um colorido diferente à arquibancada. “Viemos por fidelidade e amor ao Felipão”, disse Alfredo Brawner, 47 anos. Outras camisas de clubes do interior gaúcho, como Pelotas, Esportivo e Guarani, puderam ser vistas no estádio.




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