Astolpho passou a pé na frente do bar. Na calçada, um grupo de rapazes, em motocicletas eram acompanhados de algumas mulheres. Segundo testemunhas, elas teriam olhado para Astolpho, seu amigo M.S., 18 anos, e por T., outro amigo. “Nós estávamos em sete amigos. Quatro voltaram de motocicleta para casa e nós resolvemos voltar a pé mesmo”, disse S..
No momento em que passaram pelo bar, o grupo de rapazes começou a encarar as vítimas e ofendê-las. “Virei e continuamos a andar. Não tinha motivo para arrumar confusão”, disse um dos amigos do estudante.
Os três iam atravessar a passarela da estação Utinga para seguir ao bairro Camilópolis, quando dois rapazes em uma Honda XT preta passaram a primeira vez por eles. Instantes depois, a mesma dupla passou e parou ao lado dos amigos. “Eles nos perguntaram quem de nós tinha mexido com as namoradas deles”, disse S..
Não houve tempo para resposta. O garupa da motocicleta, único que estava de capacete, sacou um revólver calibre 32 e começou a atirar contra os três amigos. “Não conseguimos falar nada. Não mexemos com a mulher de ninguém. Foi uma covardia”, falou S..
Um dos tios de Astolpho, que preferiu não se identificar, disse que o sobrinho era tranqüilo e estudava para tentar arrumar trabalho. “Ele sempre foi esforçado. Morou quase dois anos nos Estados Unidos para trabalhar e aprender a língua.”
S. foi baleado no braço direito e de raspão no peito. Mesmo ferido e, com a ajuda de T., tentou ajudar Astolpho, que ficou caído no asfalto, com dois tiros no peito. “Nós o levantamos do chão, mas os dois atiradores voltaram com a motocicleta atirando e resolvemos deixá-lo no local e fugir para não morrer”, disse S.. Astolpho foi socorrido por policiais militares, mas chegou sem vida no Pronto-Socorro Municipal.
Astolpho foi velado no Cemitério Camilópolis e sepultado às 16h30 deste domingo. Cerca de 100 amigos do bairro e parentes acompanharam a cerimônia.
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