Os geeks, expressão inglesa que define pessoas apaixonadas por computadores e novidades tecnológicas, enfim encontraram seu espaço. Melhor ainda, agora abrem as portas do ‘paraíso geek' para que todos possam conhecer seus atraentes ‘brinquedinhos'.

O evento é dividido em duas partes, uma delas exclusiva aos 4.000 campuseiros, que acampam no local e permanecem dia e noite conectados à internet. Os campuseiros contarão com discussões e práticas em robótica, inclusão digital e a chamada meta-reciclagem, que aborda o destino do lixo eletrônico. A área aberta ao público tem entrada gratuita e oferece mais de 400 atividades aos visitantes, todas envolvendo inovações tecnológicas em fotografia, design digital, robótica, games e programação, entre outros.

No espaço de palestras e debates, o público conta com a participações internacionais. Uma delas é a de Tim Berners-Lee, o criador do sistema WWW (World Wide Web) e listado como um dos 100 gênios vivos no mundo pela revista britânica The Telegraph.

As máquinas estarão conectadas à internet com 10 Gbps de velocidade, que representa dez mil vezes uma conexão de 1 Mbps, mais comum em residências. Com 10 Gbps seria possível baixar o conteúdo completo de um DVD em apenas quatro segundos.

A inclusão digital é uma das temáticas mais importantes do evento, segundo o diretor de comunicação Roberto Andrade. "Uma das abordagens é através do encontro das lan houses, que têm importante papel na democratização do acesso."

Até quem nunca teve afinidade com um computador pode atrever-se a experimentar as tecnologias do evento. Por meio do programa Batismo Digital, dez mil pessoas que nunca utilizaram um PC ou conhecem muito pouco de informática terão a oportunidade de aprender noções básicas de computação e de saber como explorar melhor o conteúdo da web para aperfeiçoar o perfil profissional e pessoal.

O compartilhamento de informações e o software livre também estarão em pauta. O objetivo maior dos visitantes da feira não é aproveitar a internet veloz para downloads e sim para compartilhamento de material. Na última edição, 70% do volume de dados trafegados foi de uploads, ou seja, indivíduos oferencendo conteúdo na rede. "O pessoal quer produzir inteligência e conteúdo", afirma Andrade.

A Campus Party tem, ainda, várias novidades tecnológicas que ainda não estão à venda, como o Earthwalk, que, aplicado sobre o Google Earth permite ao usuário caminhar sobre a Terra como se estivesse ‘voando'. É possível navegar e dar zoom com o toque dos pés. A seção futurista ainda possibilitará aos visitantes a oportunidade de conhecer robôs brasileiros dos mais variados tipos, desde os que funcionam como rastreador até os que demonstram emoções.

FEI exibe robô hexápode

O Centro Universitário da FEI, de São Bernardo, aproveitará a Campus Party para apresentar ao público o Hexápode.

O robô de seis ‘pernas', que imita o movimento de insetos, foi produzido por alunos do curso de Automação e Controle ao longo de pouco mais de um ano. "A FEI tem um forte investimento em robótica", declara um dos orientadores do projeto, Renato Giacomini.

Apesar de ter como prioridade o fim acadêmico, Giacomini aponta que há possibilidades utilitárias para o equipamento. "Com uma câmera acoplada, ele pode entrar em lugares antes da polícia ou dos bombeiros", explica. "Para comercializar o material, teríamos de licenciar o produto."

Segundo o professor, o equilíbrio e a independencia de cada uma das ‘pernas' do robô foram os principais desafio da equipe. "Ele pertence a um perfil de robótica não convencional."