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Iatismo: Prada quer manter Torben Grael na equipe
Do Diário do Grande ABC
05/03/2000 | 14:44
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A emoçao do presidente da grife Prada, Patrizio Bertelli, levou-o a convidar o tático brasileiro Torben Grael, a permanecer na equipe italiana até a America's Cup de 2003. Envolvido pelas saudaçoes e homenagens prestadas por 200 mil neozelandeses aos velejadores do Luna Rosa durante o desfile de encerramento nas ruas de Auckland, o temperamental empresário italiano formalizou o convite. Antes, havia apenas a promessa de que o time seria mantido para a próxima competiçao. "Vou estudar a proposta da Prada e eventualmente de outras equipes. Existe também a possibilidade de correr a Volvo - Volta ao Mundo (ex-Whitbread)", disse Torben. "Quero deixar assentar a poeira para analisar as hipóteses".

As indefiniçoes sobre o futuro da equipe Prada aumentaram depois da quarta regata das finais da America's Cup. Bertelli divulgou um comunicado à imprensa criticando a "tática suicida" adotada pelo italianos na derrota para os neozelandeses, um recado direto a Torben e ao comandante do Luna Rosa, Francesco De Angelis. "Foi uma atitude de momento. O sangue italiano estava quente e o Bertelli explodiu mais uma vez. Ele sempre faz isso", falou o velejador brasileiro.

Apesar da estabilidade financeira obtida com a campanha na America's Cup e da intençao da Prada em manter a mesma equipe até 2003, Torben gostaria de disputar a Volvo Ocean Racing. "Há muito tempo eu tenho vontade de correr a regata volta ao mundo. É mais fácil montar uma boa tripulaçao para disputar a Volvo com chances reais, do que chegar às finais da America's Cup". Torben teve uma rápida experiência na última Whitbread, em 97, quando disputou apenas a etapa australiana, entre Fremantle e Sydney, a bordo do veleiro noruegues Innovation Kaverner.

A próxima regata volta ao mundo será disputada em 2001 e 2002, com passagem pelo Rio de Janeiro. O sonho de Torben participar da Volvo, também é alimentado pela possibilidade de poder velejar representando o país. "Nosso barco teria bandeira brasileira e a maioria da tripulaçao, brasileira. Alguns tripulantes teriam que vir de fora porque nao temos velejadores com experiência suficiente em meteorologia para fazer a navegaçao de uma regata como essa", projetou o tático brasileiro.

"Muita gente no Brasil já mostrou interesse na regata Volvo. O Lars Grael, por exemplo, é um excelente timoneiro e estaria mais do que apto para disputar a prova", disse Torben, revelando o desejo de velejar ao lado do irmao mais novo.

Na regata volta ao mundo, uma tripulaçao pode representar um determinado país sem que o veleiro tenha sido projetado e construído nessa mesma naçao. Já o regulamento da America's Cup obriga que a embarcaçao seja original do país que irá representar, o que dificultaria a participaçao brasileira na maior regata match-race do planeta. Antes de optar entre América's Cup e Volvo, Torben quer pensar apenas na campanha olímpica para Sydney. O campeao olímpico vai tentar o bicampeonato na classe Star contando com o patrocínio da grife Prada, o que talvez faça-o lembrar, pelo menos de vez em quando, da America's Cup.




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