O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) está sem recolher o lixo de duas empresas de reciclagem da cidade há oito dias. “Estou sendo perseguida por reciclar. O Semasa quer tomar conta da reciclagem de Santo André sozinho”, alega a empresária Iraci Bezerra Lima, dona de um dos estabelecimentos na Vila Luzita.

Iraci tem há 15 anos uma empresa de separação de garrafas PET. Ela diz que sempre teve o lixo do estabelecimento – dois sacos de 100 litros com restos de material reciclável – coletados pelo caminhão do Semasa.

Na segunda-feira da semana passada, ela diz que o serviço deixou de ser feito e os sacos começaram a se amontoar. “Ligamos para o Semasa e um fiscal veio aqui. Ele pediu quase todos os documentos da firma e foi embora. Quando voltou, nos autuou”, diz a empresária.

Estoque - O Semasa teria alegado que o lixo faria parte do estoque da empresa, e não poderia ser deixado na calçada. “Isso é lixo, não é estoque”, diz Iraci. “Estou indignada.”

O dono da empresa vizinha de Iraci, que faz o mesmo trabalho há oito anos, também reclama do problema. “Também recebi uma multa por deixar o lixo na calçada. Mas os sacos estão lá para os caminhões levarem. Outros comércios aqui da rua, que têm volume de lixo até maior, não foram multados”, alega José Aparecido da Silva.

Os dois empresários alegam ter licença do Semasa para trabalhar com lixo reciclável e acusam a autarquia de perseguição, por fazerem concorrência. A autarquia municipal foi procurada desde sexta-feira e não comentou o assunto.