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E que tudo vá pro inferno

Os trabalhos do Congresso estão se encerrando. A partir de amanhã, nem os assessores caxias que têm o estranho hábito de trabalhar estarão por lá.

Carlos Brickmann
15/07/2009 | 00:00
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Os trabalhos do Congresso estão se encerrando. A partir de amanhã, nem os assessores caxias que têm o estranho hábito de trabalhar estarão por lá. Faz frio em julho. Como pedir que suas excelências fiquem tiritando?

CPI da Petrobras? Pode gerar crises. Mas quem sabe como estará a situação a partir de agosto? Até agosto, com o frio que faz, o clima político também deve estar menos quente. Anulação de mais de 600 atos secretos? Já foi assinada, mas fica para depois, que ninguém é de ferro.

A anulação dos atos secretos, a propósito, tem tudo para gerar enorme confusão. As pessoas que trabalharam, mas cuja nomeação não vale (porque não foi publicada), serão afastadas sem indenização? Mas como indenizá-las, se não foram legalmente nomeadas? Esquecer o passado, vá lá; mas, no caso, é um problema presente, que pode terminar na Justiça.

E a CPI da Petrobras? Pode transformar-se em uma bomba: uma empresa deste tamanho dificilmente deixará de ter segredos que funcionários descontentes terão prazer em revelar - e isso na melhor das hipóteses. Mas pode ser apenas um traque: uma empresa deste tamanho opera no Brasil inteiro, interfere em múltiplas atividades, é útil a políticos de todos os partidos.

E uma oposição como a nossa, que teve suas chances no Mensalão, na CPI dos Correios, no caso VarigLog, e não aproveitou nenhuma, não chega a ser nenhum centroavante rompedor. É esperar para ver. E esperar sentado.

QUANDO SETEMBRO CHEGAR
O projeto que concede aos aposentados reajuste igual ao do salário mínimo (apresentado pelo senador gaúcho Paulo Paim, do PT), também ficou para mais tarde. O governo quer evitar este gasto. Comenta-se que a votação ocorrerá em agosto, mas setembro é uma data bem mais provável.

SERRA EM CAMPANHA
O silêncio do governador paulista José Serra sobre sua candidatura à Presidência terminou ontem. Em resposta a críticas sobre o que se considerou supervalorização do prêmio que recebeu de uma ONG associada à ONU, disse em seu nome a assessora Júnia Nogueira de Sá: "(...) não é prática do governador ostentar títulos que não tem. Primeiro, porque não seria ético. Segundo, porque seu currículo dispensa maquiagens." Foi um ataque direto à ministra Dilma Rousseff, sua possível adversária em 2010, cujo currículo tinha sido enriquecido com títulos de que não dispõe.

DILMA EM CAMPANHA
A ministra Dilma Rousseff, candidata do PT, também está em plena campanha. Ainda ontem, em Palmeira dos Índios, Alagoas, o presidente Lula disse que "vai trabalhar para fazer sua sucessora". Dilma estava no palanque, ao lado de Lula e de outros aliados, como o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Houve gritos de apoio a Dilma e Lula corrigiu rapidamente, para não parecer que violava a lei eleitoral: "Sucessora ou sucessor."

BOA NOTÍCIA
O juiz federal Jatir Pietroforte Lopes Vargas, da 1º Vara Federal de Jales (SP), condenou André Luís Ferreira a um ano e oito meses de prisão, em regime semiaberto, por roubar senhas bancárias. Ele instalava um equipamento especial (o "chupacabras") em caixas automáticos, e gravava as senhas dos clientes. Mas a boa notícia não é a sentença: é a rapidez com que foi dada. Saiu pouco mais de três meses após a prisão, dois meses depois da apresentação da denúncia. Juiz e promotor se esforçaram para que a Justiça fosse rápida.

MOÇA IMORAL
A jornalista Lubna Ahmed Al-Hussein está presa no Sudão por usar "roupas indecentes" - calças compridas. Se condenada, Lubna estará sujeita à pena, executada em praça pública, de 40 chibatadas. Não seria o primeiro caso: a lei islâmica é imposta mesmo aos cristãos, que formam boa parte da população. Uma jovem cristã, Cecília Holland, por não usar um lenço na cabeça, levou 40 chibatadas. No caso de Lubna, o desafio é maior: ela convidou a imprensa para assistir ao julgamento.




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