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Lula quer acordo com governadores sobre recuperação de rodovias
Da Agência Brasil
02/01/2006 | 14:42
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O plano do governo federal, de propor um acordo aos governadores de 15 estados contemplados pela MP 82 para recuperar as rodovias federais, poderá encontrar um obstáculo: a falta de previsão orçamentária desses estados para a adesão ao acordo. A MP, editada em 2002, transfere a responsabilidade da manutenção dessas estradas para os governos estaduais.

Na última sexta-feira, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, informou que a idéia do governo federal é reassumir temporariamente o controle sobre essas rodovias para primeiro recuperá-las e depois devolvê-las aos estados. Para isso, deverá ser investido R$ 1,8 bilhão, com contrapartida dos estados. A proposta será apresentada aos governadores pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira quinzena deste mês.

O secretário dos Transportes do Rio Grande do Sul, Alexandre Postal, disse que a medida de recuperação foi anunciada no final de 2005, quando o orçamento do estado já estava fechado. "Hoje o estado não tem dinheiro para investir, no caso de aderir ao plano”.

Postal disse ainda que antes de aderir ao acordo, o Rio Grande do Sul precisa saber os termos da proposta. "Esperamos a posição oficial do governo e estamos ansiosos esperando a reunião do presidente Lula com os governadores. Em cima disso é que vamos ter uma posição", acrescentou.

Para o secretário, é preciso definir se a responsabilidade sobre as rodovias cabe aos estados ou à União. Na opinião de Postal, não houve estadualização de estradas, uma vez que a MP, ao ser encaminhada ao Congresso Nacional, sofreu alteração. Em 2003, ao retornar para a presidência, a proposta foi vetada pelo presidente Lula.

"Essas rodovias são do governo federal, elas não foram nunca transferidas por completo para o estado. Queremos uma recuperação tanto da rodovia como da sinalização vertical e horizontal, para que possamos dar uma trafegabilidade boa para toda a população".

O secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Transportes de Minas Gerais, Fernando Antônio Jannott, tem a mesma opinião. "A medida provisória foi vetada, então entendemos que não foi estadualizada. Da nossa parte, as rodovias são federais e a obrigação de recuperar é do governo federal", disse.

A Casa Civil explicou, através de sua Assessoria, que de acordo com a Constituição, durante a vigência da MP, todos os atos praticados são considerados "atos jurídicos perfeitos", mesmo que ela seja posteriormente derrubada.




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