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Hospital da Mulher realiza parto em paciente entubada
Do Diário do Grande ABC
30/04/2021 | 07:00
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 O Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, em Santo André, responsável por realizar cerca de 350 partos por mês, foi palco de história de nascimento e renascimento. O equipamento é referência para gestantes infectadas pelo novo coronavírus, recebendo mulheres encaminhadas pelas unidades de saúde ou por demanda espontânea, e uma das pacientes, Roneide de Alcântara Rosa, 39 anos, teve de ser submetida a cesárea enquanto estava entubada na unidade. Ela recebeu alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na terça-feira, mas ainda não pôde voltar para casa, assim como seu filho, Gabriel, que nasceu prematuro e terá de passar mais alguns dias no hospital.

Roneide contraiu Covid no sétimo mês de gestação. Moradora da Vila Humaitá, em Santo André, ela fazia o pré-natal na policlínica do bairro e foi direcionada ao Hospital da Mulher. No dia 8 de abril, após sentir muita falta de ar, foi submetida a exame de imagem que indicou comprometimento pulmonar e houve a necessidade de internação. Com quadro agravado, foi transferida para a UTI e, posteriormente, entubada. “A minha reação não foi das melhores. Não aceitava, bateu o desespero. Nunca havia sido entubada. Então, a primeira coisa que eu perguntei para o médico foi se eu ia voltar (da entubação)”, lembrou.

De acordo com a médica intensivista Katarine Coelho da Silva Santos, não havia alternativa. “Ela tinha o pulmão muito comprometido. Durante a entubação houve momentos de melhora e de piora porque essa doença é muito incerta, todo dia é um dia ganho para a melhoria”, pontuou.

A decisão de realizar o parto da paciente foi feita em equipe. “Quando foi entubada ela necessitou de aporte maior de medicação e isso poderia gerar comprometimento para o bebê. A vigilância é feita minuto a minuto e, de uma hora para a outra, a decisão pode mudar. Tivemos, graças a Deus, bom time para essa decisão”, explicou a médica ginecologista e obstetra do hospital, Andréia Cristina Mota Ferreira de Queiroz. “Ela foi submetida a cesariana de urgência justamente por ter comprometimento de vitalidade fetal, até pela condição materna que estava se deteriorando e isso estava gerando comprometimento para o feto. Apesar da situação, o bebê nasceu em condições de prematuridade, mas já está se recuperando, ganhando peso e tudo está evoluindo bem”, completou Andréia.

Roneide ficou sete dias entubada e contou como foi retomar a consciência. “Estava com sete meses e, quando voltei, passei a mão na minha barriga e senti a diferença. Já perguntei pelo meu bebê, mas a equipe me tranquilizou falando que meu filho estava bem. Quando acordei, fiquei uns quatro dias com o emocional muito abalado, chorava muito, mas fiquei feliz por sentir que tive uma segunda chance. Foi uma felicidade muito grande quando vi meu filho”, contou Roneide.

A alta da UTI para a enfermaria foi na terça-feira em meio a lágrimas e aplauso dos profissionais, que seguravam placas trazendo mensagens de otimismo. O momento foi marcado pela música Raridade, de Anderson Freire, tocada pela musicoterapeuta Camila Turco, que homenageou a paciente em formato voz e violão, acompanhada pelo coro dos demais profissionais do local. A volta para a casa ainda não tem data para acontecer nem para a mamãe nem para o pequeno Gabriel.




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