Documento feito por associações de assistência solicita que SUS ceda a do tipo ultrarrápida
A diabetes é uma doença crônica causada pela falta ou má absorção da insulina. Para repor esse hormônio, os portadores precisam injetá-lo diariamente.
Atualmente, o medicamento é cedido pelo Ministério da Saúde por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Porém, grupo de associações que representam os diabéticos luta pela troca do tipo de insulina.
O link do abaixo assinado está disponibilizado no site da Avaaz, com o nome de Insulinas Melhores para Crianças e Adolescentes do Brasil, e pretende recolher o maior número de assinaturas possível (até o fechamento desta reportagem, havia 18.295). A intenção é apresentar o documento ao Ministro da Saúde, Arthur Chioro.
No Grande ABC, a Adiabc (Associação de Diabetes do ABC) estima que 10% das pessoas das sete cidades sejam diabéticas. Isso representa cerca de 260 mil portadores da doença na região.
De acordo com o presidente da Anad (Associação Nacional de Assistência ao Diabético) e professor de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC, Fadlo Fraige Filho, são cerca de 12 milhões de diabéticos em todo o País. “Isso representa em torno de 10% a 12% da população adulta de 40 a 60 anos, sendo que após os 65 anos essa proporção sobe para 22%. O que queremos é proporcionar melhor controle da glicemia e o grande problema é que essa insulina regular que o Ministério da Saúde distribui não é a mais eficiente”, explicou Fraige Filho.
Atualmente, são disponibilizados na lista de medicamentos as insulinas humanas NPH (ação intermediária) e regular (ação rápida). As associações pedem a troca pelas insulinas de ação ultrarrápidas, conhecidas como asparte, glulisina ou lispro. “Essa insulina existe desde 1940 e chama-se rápida. mas demora um tempo grande para agir, o que aumenta o risco de hipoglicemia. De 10 a 12 anos para cá, foram desenvolvidas insulinas que passaram por mudanças bioquímicas e laboratoriais, de ações muito mais rápidas. O ministério não acompanhou esse desenvolvimento”, afirmou o presidente da Adiabc, Marcio Gracauer.
Para se ter uma noção do tempo que o medicamento demora para agir, a de ação rápida começa a atuar no organismo em média uma hora após a aplicação. Já a ultrarrápida leva apenas 15 minutos.
“Isso evita que haja hipoglicemia (distúrbio por baixa concentração do hormônio), episódios que podem levar uma pessoa até a bater o carro. A eficácia desses medicamentos é comprovada, tanto que todos os países desenvolvidos já utilizam”, disse Gracauer.
Apesar do abaixo assinado contemplar jovens até os 19 anos, os especialistas acreditam que esse é o primeiro passo para que futuramente todos tenham acesso. “Primeiro a gente quer proteger as crianças e os jovens para que eles possam ter um tratamento adequado desde o início. Queremos recolher o máximo possível de assinaturas, pelo menos 100 mil. Começamos esse trabalho em julho, no congresso da Anad, e agora estamos solicitando outra reunião com o ministro da Saúde, no entanto, ainda está sem data”, afirmou Fraige Filho.
O médico calcula que a troca da insulina vai gerar economia para o SUS. “Evitará que a pessoa tenha complicações, com as quais o sistema teria que arcar mais para frente.” Segundo estimativas, a cada R$ 1 investido, seria possível poupar R$ 4 em tratamento.
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