O atacante Jobson, do São Caetano, foi detido na madrugada de ontem suspeito de agredir a mulher durante discussão. O atleta foi levado à Delegacia Sede do município por volta das 2h30, após Thayne Bárbara telefonar para a Polícia Militar e denunciar o marido.

O jogador ficou mais de sete horas detido. Jobson só foi liberado após o delegado responsável pelo caso colher depoimentos e não conseguir reunir provas que confirmassem a violência física. "Não houve convicção de que existiu agressão", explicou o delegado Willian Correia da Silva. Agora será feita investigação de inquérito sobre a ocorrência.

Segundo depoimentos de testemunhas, o casal começou a brigar na área da piscina de sua residência logo após Jobson chegar em casa, próximo da 1h. Exaltado, o atleta teria puxado o cabelo da mulher durante a discussão. A mãe do atacante e um amigo que mora com ele teriam separado os dois.

Na sequência, ainda molhado após um banho de piscina, Jobson acabou escorregando em uma escada de mármore e cortando o braço em um vitral, conforme os depoimentos. Ferido, ele foi encaminhado para o Hospital Infantil Márcia Braido, onde levou cerca de 20 pontos.

Ainda no hospital, o atleta recebeu a polícia, que o encaminhou para a delegacia. Em seu depoimento, ele admitiu ter ingerido bebida alcoólica, mas negou a agressão física. O advogado do atleta, Paulo Ramalho, afirmou que o motivo da briga teria sido o ciúme da mulher.

Já de acordo com o relato de Thayne Bárbara, a discussão começou pelo fato de ela contar ao jogador que um amigo tinha falado mal do comportamento do filho do casal, de 3 anos. Indignado por considerar a afirmação mentirosa para criar discórdia, o atacante passou a discutir com ela.

Thayne prestou queixa acompanhada pela criança. Com uma mala em mãos, assegurou que não voltaria para casa. Os dois têm relação estável de cerca de cinco anos.

Conforme a mulher, esta não foi a primeira vez que teria sido agredida pelo companheiro e o último caso aconteceu há um ano.

O delegado disse que a mulher entrou com pedido de medidas protetivas para que Jobson não mantenha contato com ela. Caso o atleta descumpra o acordo, mandado de prisão preventiva pode ser expedido pela Justiça.

Em nota, o atleta afirmou que não iria se pronunciar por considerar o caso de ordem pessoal.

Jogador de 25 anos coleciona polêmicas durante a carreira

Esta não é primeira vez que o atacante do São Caetano se envolve em polêmicas. Com apenas 25 anos, Jobson tem um currículo de problemas fora das quatro linhas.

Em janeiro de 2010, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) suspendeu o jogador por dois anos depois que exames antidoping flagraram cocaína em sua urina em jogo do Botafogo na reta final do Campeonato Brasileiro do ano anterior. Na época, ele admitiu ter usado crack.

Já no Bahia, em 2012, o atacante foi dispensado pela diretoria do clube por indisciplina. No meio da temporada, o atleta foi disputar a Série B do Brasileirão pelo Grêmio Barueri. Pouco mais de um mês depois, pediu para rescindir contrato alegando que a equipe não tinha torcida.

Apesar do perfil polêmico, o advogado do jogador, Paulo Ramalho, garante que Jobson é um rapaz tranquilo. "Já trabalhei com ele no início da carreira. Depois ficamos distantes por causa de alguns desentendimentos. Mas ele sempre foi um bom menino."

Para Ramalho, o que atrapalhou Jobson foi a rápida ascensão e a falta de estrutura familiar. Buscando limpar a imagem de jogador problema, o atacante chegou ao São Caetano no início do ano "focado apenas no futebol", garantiu o advogado.