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Aécio diz que PT trata condenados no Mensalão como heróis

Tucano fala que eventuais culpados em processo de Minas Gerais não terão tratamento especial

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
12/08/2014 | 07:13
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Andréa Iseki/DGABC


Candidato à Presidência da República pelo PSDB, o senador Aécio Neves sustentou que, se integrantes do tucanato forem julgados culpados no caso do Mensalão mineiro, não serão exaltados como no episódio petista de prisão dos envolvidos no escândalo do Mensalão, ocorrido em Brasília. “Posso garantir é que se eventualmente alguém (do meu partido) for condenado não será, como foi no PT, tratado como herói nacional. Isso deseduca”, disse, em entrevista ontem ao Jornal Nacional.

Aécio afirmou que há grande diferença entre os dois casos, tendo em vista que a cúpula do petismo foi declarada culpada pela alta Corte brasileira, referindo-se ao STF (Supremo Tribunal Federal). “Estão presos líderes do partido, tesoureiro, pessoas com postos de destaque na administração federal por denúncia de corrupção”, frisou, ao acrescentar que, em relação ao PSDB, se tiverem acusações que sejam consistentes, “têm de ser investigadas e responder” pelos processos em questão.

O tucano mostrou desconforto quando questionado sobre o apoio do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), que renunciou ao mandato de deputado federal. Réu no episódio conhecido como Mensalão mineiro, ele é investigado sobre denúncias de desvio de dinheiro público durante a campanha de 1998. “Ele está me apoiando. Não é o inverso. Ele tem oportunidade de se defender na Justiça. Se condenado será punido. Não pré-julgo. Qualquer cidadão tem que responder pelos atos.”

As denúncias de irregularidade na construção de aeroporto na cidade de Cláudio dentro de fazenda do tio-avô de Aécio, Múcio Torentino, foram abordadas – o local é administrado pela família do presidenciável. Segundo o tucano, não houve irregularidade ao mencionar que a implantação se deu para “beneficiar a economia regional”. “Se houve algum prejudicado foi meu tio-avô porque o Estado avaliou área em R$ 1 milhão, ele reivindica R$ 9 milhões (em ação judicial) e não recebeu R$ 1 até hoje.”

O presidenciável negou constrangimento ético ao ter utilizado o aeroporto. Para Aécio, todas as pistas tiveram vistoria do governo estadual. Ele descartou que a implementação teve como pano de fundo o favorecimento próprio ou valorização do imóvel. “É fazenda que está na minha família há 150 anos. Tem 14 cabeças de gado (no espaço). É sítio que valorizado ou não é onde minha família vai eventualmente nas férias. Ali ninguém estava fazendo negócio”, sinalizou.




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