Valor estimado é de R$ 280 milhões; concessão da Linha 10-Turquesa não será obstáculo
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou ontem à tarde a reativação da Estação Pirelli, em Santo André, que está sem funcionamento desde 2006. O anúncio foi feito durante visita do chefe do Executivo paulista à Feira da Fraternidade, realizada para comemorar os 471 anos do município.
“Nossa missão é presentear Santo André com a Estação Pirelli, uma demanda antiga que se tornou prioridade durante a nossa campanha em 2022. Assumimos o compromisso de iniciar imediatamente o projeto de engenharia, determinado à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) sua execução. Nosso objetivo é atender inicialmente à Linha 10-Turquesa e no futuro atender possivelmente a Linha 14-Ônix, já que temos o projeto de fazer essa linha saindo daqui de Santo André e integrar importantes áreas como a Zona Leste de São Paulo e Guarulhos”, declarou o governador.
De acordo com Tarcísio, o estudo de engenharia terá duração de 18 meses e vai determinar o prazo exato para a conclusão das obras. O valor para a realização desta primeira etapa será de R$ 80 milhões, custeados pelo governo do Estado. Com as obras, o investimento total será entre R$ 240 milhões e R$ 280 milhões.
O processo vai ocorrer em meio à tentativa do governador de conceder a Linha 10-Turquesa à iniciativa privada. Se a concessão for feita, as obras da Estação Pirelli serão administradas pela empresa vencedora do leilão. Caso contrário, os custos serão arcados pelo Estado. Tarcísio declarou que o Estado planeja conceder a Linha 10-Turquesa à iniciativa privada até o ano que vem, juntamente com a construção da Linha 14-Ônix, que deve ligar o Grande ABC, a partir de Santo André, até o bairro Bonsucesso, em Guarulhos.
“A gente quer fazer a concessão da Linha 10 com a Linha 14 no ano que vem”, disse. “Se a concessão não acontecer até lá, o Estado fará as obras. O importante é que a Estação Pirelli vai se tornar realidade”.
A reativação da Estação Pirelli é debatida há anos em Santo André. O local era usado por funcionários que atuavam na fabricante de pneus que batizava a estação, localizada na Vila Homero Thon, entre as duas paradas da Linha 10 da CPTM - Prefeito Celso Daniel e Capuava.
“Lá no passado, essa estação acabou sendo abandonada até por falta de demanda. Mas essa região acabou sendo cada vez mais povoada, o adensamento se fez presente e hoje essa estação é necessária”, comentou o governador.
HISTÓRICO
Conforme mostrou o Diário em 2006, a CPTM teve como base um estudo para efetivar o fechamento da estação. Naquela época, a companhia fez uma auditoria que constatou que, dos 220 passageiros que usavam a plataforma todos os dias, apenas 27 eram funcionários da Pirelli. Como não havia fiscalização, passageiros chegavam a andar nos trilhos para pegar os trens na estação e, consequentemente, não pagar tarifa. O local foi construído na década de 1970, operando após acordo entre RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) e a Pirelli.
A Estação também havia tido, anteriormente, um projeto para transformação da área no entorno, com um centro de compras e entretenimento, com cinemas, lojas e até hotéis. A Cidade Pirelli foi anunciada em 1997, pelo prefeito Celso Daniel, e previa investimentos próximos a R$ 200 milhões, porém, em 10 anos, apenas a empresa de telefonia móvel TIM criou um polo tecnológico no local.
'Até o fim do ano que vem a gente vai ter o BRT funcionando'
Durante o anúncio da reativação da Estação Pirelli, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também declarou que o BRT-ABC estará funcionando até o fim do ano que vem.
“Nós tínhamos uma questão judicial para ser resolvida, essa questão já foi superada. Era a questão da antecipação do contrato mediante novos investimentos. Essa parte jurídica foi sanada, a obra está em andamento e está bem avançada. Até o fim do ano que vem a gente vai ter o BRT funcionando”, disse o governador.
O BRT-ABC está em sua segunda fase de construção. Os avanços têm sido feitos na Avenida Lauro Gomes, em São Bernardo, especificamente após o cruzamento com a Avenida Winston Churchill, onde está em andamento a remoção do asfalto. O corredor de ônibus de alta velocidade ligará São Bernardo ao metrô da Capital, passando por Santo André e São Caetano.
No total, o modelo viário terá 18 quilômetros de extensão. Na região, o modal surgiu como substituto da Linha 18, cujo contrato chegou a ser assinado em 2014 pelo então governador Geraldo Alckmin (à época no PSDB, hoje no PSB).
Em julho de 2019, primeiro ano da gestão de João Doria à frente do Palácio dos Bandeirantes, o novo modal foi anunciado sob o argumento de que o projeto é financeiramente mais viável. O avanço da Linha 18, inclusive, esbarrou no fracasso do governo do Estado em angariar financiamento externo para bancar as desapropriações, primeira etapa do projeto.
O investimento total previsto no modal será em torno de R$ 860 milhões, com capacidade para transportar 600 mil passageiros por dia útil – com demanda inicial estimada em 173 mil – e frota de 92 ônibus elétricos.
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