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Químicos vão se reunir com Alckmin para tratar da Basf

Encontro com vice-presidente e ministro do Desenvolvimento está agendado para terça; empresa deixará de fabricar tintas automotivas

Nilton Valentim
24/03/2024 | 07:00
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Banco de Dados


O Sindicato dos Químicos do ABC buscará junto ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, suporte na luta pela reversão da decisão da Basf de encerrar a produção de tintas automotivas na América Latina. Uma reunião está marcada para terça-feira. A descontinuidade afetará as fábricas de São Bernardo e de Tortuguitas, na Argentina.

Segundo a Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), em 2023 foram comercializados no Brasil 33 milhões de litros de tintas destinadas ao setor automotivo, número idêntico ao de 2022 e semelhante ao de 2021 (31 milhões).

No fim de fevereiro a Basf anunciou que irá encerrar a fabricação do produto. Segundo o sindicato, isso poderá afetar o emprego de pelo menos 150 trabalhadores. 

Na época, a Basf alegou que “não poupará esforços para garantir que o impacto sobre seus colaboradores e colaboradoras seja o menor possível, e tratará a redução do número de postos de trabalho de forma socialmente responsável, envolvendo os representantes dos trabalhadores sempre que necessário” e ressaltou que a fábrica do Grande ABC seguirá operando, porém com foco em outros produtos. “Continuará sendo o principal local de produção, logística e pesquisa e desenvolvimento de tintas decorativas, comercializadas sob as marcas Suvinil & Glasu! e o negócio seguirá operando normalmente, sem alterações”, afirmou, em nota.

O Sindicato dos Químicos classifica a decisão da empresa como precipitada e se baseia, principalmente, na tendência de aquecimento do mercado automotivo brasileiro a partir dos investimentos anunciados pelas grandes montadoras, que superam a marca de R$ 100 bilhões entre este ano e 2030.

“Os investimentos das montadoras indicam um compromisso com a produção local e o fortalecimento da cadeia produtiva automotiva no Brasil. Esses investimentos envolvem expansões das linhas de produção, lançamento de novos modelos e modernização das fábricas, o que pode impulsionar a demanda por tintas automotivas”, disse nota da entidade.

O Sindicato dos Químicos ainda destacou a utilização de tintas para a reforma de veículos usados. “De acordo com a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), em janeiro de 2024, a frota de veículos em circulação no Brasil foi de 122 milhões, sendo 62 milhões de automóveis. As tintas automotivas da Basf também movimentam esse mercado de veículos usados, que cresceu nos últimos anos no Brasil, devido à escassez de insumos, principalmente de semicondutores, que as montadoras enfrentaram”, afirmou o sindicato.

Por fim, a entidade destacou a atuação governamental, por meio de ações como o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).




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