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Luiz Marinho aponta motivos para os trabalhadores comemorarem

Ministro fala em retomada do emprego e de reajustes de salários acima da inflação

Nilton Valentim
01/05/2024 | 09:26
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FOTO: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil


De Brasília, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), falou com exclusividade ao Diário sobre o 1º de maio. Ele destacou que, embora essa seja uma data marcada pelas lutas dos trabalhadores, o momento atual do Brasil oferece condições para que eles possam comemorar, principalmente por conta da criação de novos postos com carteira assinada (1,48 milhão no ano passado) e a ocorrência de reajustes de salário acima da inflação em 77% das negociações que ocorreram no último ano.

Marinho ainda destacou as redes sociais como responsáveis pela geração de desinformação a respeito do projeto de lei que regulamenta o trabalho por aplicativo e que quando os motoristas se informam corretamente acabam aprovando o texto.

Com relação ao Grande ABC, o ministro afirmou que houve descuido com relação às indústrias e que por isso importantes fábricas deixaram a região. Ele também criticou a saída de São Bernardo e São Caetano do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, fato que enfraquece a região, dificulta a atração de investimentos e a geração de empregos. 

O que o trabalhador tem a celebrar no Dia do Trabalho?

O 1º de maio é tradicionalmente um dia de luta. Entretanto, o trabalhador brasileiro tem sim motivos para comemorar. Principalmente pelo processo de retomada após os desastres que foram os dois governos anteriores, com suas reformas que tiraram direitos básicos dos trabalhadores. Tem de comemorar a criação de 1,48 milhão de empregos com carteira assinada em 2023 e também que 77% dos acordos salariais do ano passado foram acima da inflação, o que não vinha acontecendo.

Com relação ao Grande ABC, os números do Caged mostram que o setor de serviços respondeu 61% dos empregos em março e a indústria foi apenas a terceira. Isso é um indicativo de que a região definitivamente mudou de perfil?

Isso mostra que no Grande ABC ocorreu um grande descuido com relação ao setor industrial. Principalmente na maior cidade da região (São Bernardo), onde o prefeito se preocupou muito mais em construir supermercados e em vender áreas públicas para a construção de prédios do que em manter empresas. Essa visão equivocada causou a saída de grandes indústrias sem que nada fosse feito. Eu vi com muito entusiasmo a ida dos metalúrgicos à China, para atrair novas empresas, coisa que o poder público não fez. Eles foram mostrar que a região tem potencial. Aliás, me preocupa a saída de algumas cidades do Consórcio Intermunicipal (do Grande ABC). Isso enfraquece a região, afasta as empresas e prejudica a geração de empregos. O que se reflete em vários setores, desde a economia até a saúde, que é um tema que o Diário tem tratado bastante.

E a questão dos trabalhadores por aplicativo, o governo elaborou um projeto de lei para tratar do tema, mas que não está tendo boa aceitação pelos próprios motoristas. Como está esse tema?

Nós estamos enfrentando um processo muito forte de desconstrução pelas redes sociais. Tem muita gente se mobilizando para circular a desinformação. Eu venho participando de várias plenárias para debater o assunto e muitas vezes os trabalhadores chegam com algumas reclamações que não procedem. Eu creio que o panorama vem mudando a cada dia e tem muito trabalhador que se dizia contrário às medidas, mas que, quando se informa, acaba mudando de ideia.

E com relação às eleições, o senhor pretende entrar na campanha para a Prefeitura de São Bernardo?

A campanha (do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira e do ex-prefeito William Dib) está correndo bem, está deslanchando e ganhando muitas adesões. Tenho certeza que irá crescer.

E em Santo André, é possível ocorrer uma dobrada PT/PSB como em São Bernardo?

É possível sim. São dois partidos de correntes semelhantes e que podem sim se unir.




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