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Sem leitos, pacientes ficam em corredor do Hospital de Diadema

Prefeitura confirma ‘acomodação’ em macas fora da enfermaria e salas de observação até internação ou transferência para outra unidade de saúde

Wilson Guardia
10/03/2024 | 07:01
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Reprodução


Macas com pacientes nos corredores, homem em situação de rua morando em obra e falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) são alguns dos problemas identificados por usuários do HMD (Hospital Municipal de Diadema), localizado no bairro Piraporinha.

A situação no local, de acordo com relatos, é degradante. Médicos, enfermeiros, técnicos e equipe de apoio tentam dar qualidade e celeridade aos atendimentos, porém, a falta de estrutura da unidade impede uma trabalho mais efetivo dos profissionais.

Em um vídeo que o Diário teve acesso, gravado no último fim de semana, é possível observar pacientes em macas aguardando atendimento. Além disto, outro flagrante também incomoda e revela mais um problema: a necessidade de um serviço social mais efetivo. Um homem em situação de rua entra na obra do hospital e faz de lá sua morada. Nenhum segurança ou funcionário toma qualquer atitude. Já em outra gravação, outro homem, em vulnerabilidade social, revira o lixo na entrada do HMD.

O vereador Cabo Angelo (sem partido), oposicionista do prefeito José de Filippi Júnior (PT), esteve na unidade a pedido de uma família e teria constatado falta de leitos em UTI . Segundo ele, um paciente de 84 anos, com histórico de câncer e provável AVC (Acidente Vascular Cerebral), socorrido para a pronto-socorro do hospital pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), foi entubado após receber os primeiros atendimentos e, a partir deste momento, o drama da família começou. “Após mais de dez horas o paciente permanecia em uma sala de observação”, afirma o vereador que tentou intervir ao telefonar para o secretário municipal de Saúde, o vereador licenciado, Zé Antônio (PT), ainda na noite de sábado. “Ele (secretário) disse que nada podia fazer, pois não havia leito de UTI”. A transferência do paciente entubado do leito de observação para a UTI ocorreu apenas na segunda-feira.

Outras situações também foram presenciadas por Cabo Angelo, entre elas a falta de papel higiênico e sabonete líquido nos banheiros e dispensers de álcool em gel vazios, inclusive com um adesivo de ‘emoji’ com o polegar para baixo com a palavra ‘vazio’. “O sistema de saúde de Diadema colapsou”, dispara.

Procurada, a gestão do prefeito Filippi, por meio de nota, explica que o paciente citado “permaneceu sob cuidados intensivos desde sua chegada até a transferência para a UTI”. Em relação ao acesso de pessoas em situação de rua, a nota aponta que, “são realizadas ações conjuntas na conscientização e na busca ativa de pessoas em estado de vulnerabilidade, que se acercam do hospital”. 

Sobre pacientes no corredor, a Prefeitura admite que “em dias de maior demanda e para atender a todos os pacientes que chegam ao serviço, eles podem ser alocados temporariamente no corredor até a disponibilidade do leito de observação/internação ou transferência.”




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