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Mães cobram providências sobre agressões em escola de S.Caetano

Familiares relatam que aluno de 8 anos estaria ameaçando crianças e funcionários, inclusive com faca; Prefeitura não se posiciona ante casos

Thainá Lana
16/11/2023 | 00:07
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Divulgação


 Grupo de 20 mães de alunos da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Dom Benedito Paulo Alves de Souza, em São Caetano, cobram da Prefeitura, do MP (Ministério Público) e do Conselho Tutelar do município providências sobre casos de agressão registrados na unidade, no bairro Santa Paula.

Segundo relatam, o autor das agressões, tanto físicas como verbais, seria uma criança de 8 anos, que teria agredido diversos alunos e também professores no período de um ano, desde que foi transferido em 2022 da Emef Sylvio Romero. Durante os ataques de raiva, além das violências, o garoto também teria ameaçado agredir outros estudantes com objetos pontiagudos, como faca, tesoura e lápis.

Pelos menos duas mães registraram BO (Boletim de Ocorrência). Na segunda-feira, protesto em frente a escola pedia providências. Manifestantes portavam cartazes: “Educação de São Caetano está sucateada” e “Não queremos colecionar protocolos do Ministério Público, queremos providências urgentes!”.

O caso mais recente de violência ocorreu na sexta-feira (10), quando o suposto agressor teria dado um carrinho ‘proposital’ em um colega durante jogo de futebol na aula de educação física, conforme denúncia a mãe da vítima, Marta Michele de Andrade Ferreira, 40.

Devido à queda, a criança de 7 anos fraturou o braço, e a responsável registrou na segunda-feira (13), a ocorrência na delegacia. “Essa não foi a primeira vez que meu filho foi agredido por esse aluno, já tiveram outras situações, como chutes e socos no rosto, tentativa de furar o olho dele com lápis e até mata-leão. Meu filho não quer ir mais para escola, muitas crianças estão com acompanhamento psicológico devido à situação”, desabafa Marta.

Lisandra Cury Galucci, 40, conta que em agosto deste ano, seu filho de 8 anos, teria sido enforcado pelo suposto agressor. Segundo relatório médico do Hospital Beneficência Portuguesa de São Caetano, “a criança apresenta ao exame físico, duas lesões superficiais em região cervical anterior, possivelmente realizadas por unha”. Um mês antes, em julho, o menino teria sido agredido no rosto pelo aluno, e a mãe registrou um BO sobre a agressão e também sobre os demais casos relatados na escola.

“É preciso dar um tratamento adequado à criança. Criar estratégias eficazes para que nossos filhos tenham segurança e educação de qualidade. Não aguentamos mais tanta violência. Talvez seja preciso adotar educação domiciliar para ele, já que a Prefeitura e a Seduc (Secretaria Municipal de Educação) não têm a menor estrutura de evitar que essas agressões”, sugere Lisandra.

Em agosto, as mães afirmam, representantes do MP realizaram reunião com a Seduc, Conselho Tutelar e direção escolar. “Conseguimos levar o caso para o ministério em julho, e um mês depois fizeram essa reunião. Nós não participamos, mas ficou decidido que o aluno que está machucando as outras crianças ficaria apenas meio período na escola, acompanhado por um profissional, e depois ficaria mais um período no CTNEN (Centro de Triagem Neonatal e Estimulação Neurossensorial)”, explica Lisandra.

Marta conta que o menino não foi diagnosticado, e cobra acompanhamento de saúde para ele. “Acredito que ele precise de cuidados médicos, porém, enquanto isso não ocorre, todos os dias são registrados novos casos de violência. Desde agosto que essa decisão do MP não é colocada em prática, ele continua estudando em período integral na Emef Dom Benedito, e pelo que sei, um profissional acompanhou ele por duas semanas e pediu demissão”, esclarece.

A Prefeitura, o Conselho Tutelar e o MP não se pronunciaram sobre o caso. Procurados, os pais da suposta criança agressora também não responderam os questionamentos do Diário até o fechamento desta edição.




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