Cerca de 90 famílias que moram em alojamento que, em princípio, seria provisório reivindicam da Prefeitura de São Bernardo infra-estrutura e inclusão em programas habitacionais. As precárias moradias estão localizadas nos números 2.501 e 3.210 da rua Tiradentes, no Montanhão. Segundo moradores, o problema se arrasta há oito anos, quando foram transferidos de áreas de risco para o local.

Metade das famílias veio do Parque Selecta. Outra parte é proveniente da Vila São Pedro, onde residiam em uma área pública, que foi cedida para a construção do piscinão da Volkswagem, localizado na avenida Doutor José Fornari. Na época, foi feita a promessa de que no terreno da rua Tiradentes permaneceriam provisoriamente.

Desde então, as famílias residem no local sem a menor infra-estrutura. Apesar dos barracos estarem parcialmente destruídos devido ao apodrecimento da madeira, as piores condições são as sanitárias. O esgoto corre a céu aberto e os moradores utilizam quatro banheiros coletivos – em cubículos de 1 m² – que estão entupidos.

Problemas – “Mudei com minha família (de sete pessoas) para cá após um deslizamento de terra no Parque Selecta que matou uma criança de seis meses. Na época, funcionários da Prefeitura nos falaram que só ficaríamos por seis meses no alojamento”, disse o desempregado Rômulo Venâncio de Carvalho, 23 anos.

A paraibana Marisete Sales da Silva, 34 anos, cobra da Prefeitura o envio de material de construção. “Poderiam ao menos nos ceder madeira. Quando chove, fica tudo alagado. Ninguém dorme. Na semana passada, os bombeiros vieram aqui, porque rolou uma pedra bem próximo ao meu barraco”, conta.

A Secretaria de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo informou que os moradores da rua Tiradentes estão inseridos em programas habitacionais da Prefeitura, os quais devem ser executados ainda neste ano. Segundo a assessoria de imprensa, apesar do relato dos moradores, a área não é considerada de risco.