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Escola para surdo vai ser de tempo integral

Neusa Basseto, em São Bernardo, completou 60 anos e terá horário ampliado em 2018

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
08/11/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Com 60 anos recém-completados, a Emebe (Escola Municipal de Educação Básica Especial) Neusa Bassetto, no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, dá importante passo para ampliar o atendimento a alunos com deficiência auditiva, por meio da implantação de horário integral a partir do ano que vem. Atualmente com 32 alunos, a unidade também terá mais vagas em 2018, quando a previsão é alcançar de 200 a 300 estudantes.

A medida faz parte do Educar Mais, programa da Prefeitura que atende 2.500 crianças da rede em dez escolas e amplia carga horária de cinco para nove horas diárias, por meio de diversas atividades. A iniciativa oferece aos estudantes disciplina como inglês, jogos de tabuleiro, linguagens artísticas, educação ambiental, iniciação científica e educação física, entre outras. 

No caso da Neusa Basseto, uma das primeiras escolas da região criada para alfabetização de surdos, os alunos aprendem por meio da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Dessa forma, a modalidade escrita do Português corresponde à segunda língua dos estudantes da Educação Infantil, Ensino Fundamental I (1º ao 5º anos) e Fundamental II (6º ao 9º anos). No total, a rede conta com 75 alunos surdos. 

“É a primeira escola do Estado para surdos que terá atendimento em tempo integral. Eles têm direito à Educação. Se colocar uma criança com surdez em sala que o professor não é adaptado, ela não vai ter educação completa. Quando defendemos essa escola, é a convicção clara de que o aprendizado é mais didático às crianças e os professores são preparados para isso”, avalia o prefeito Orlando Morando (PSDB). 

A novidade foi comemorada pela diretora Cristiane Gori, que lembrou sobre a importância da instituição para a cidade. “É uma escola onde a gente ensina a vida, é onde os alunos aprendem suas diferenças e todas suas capacidades. Trazer o programa Educar Mais consolida nosso desejo e esforço para que a gente tenha o pleno desenvolvimento dos nossos alunos”, relata. 

A dona de casa Maria Raquel, 35 anos, é mãe de Sthefany, 13, aluna do 6º ano do Ensino Fundamental que chegou este ano à Emebe. Se fosse definir em apenas uma palavra a importância da ampliação, a mãe utilizaria felicidade. “A evolução dela aqui foi de 100%. Ela melhorou em Libras, que sabia pouco, mas agora está apaixonada e daqui ela não sai. Ela fez amizades, consegue se comunicar comigo. Antes eu não podia trabalhar, mas com ela aqui fico despreocupada”, comemora. 

A Prefeitura estuda a expansão do Educar Mais para outras quatro escolas em 2018. A meta é terminar o próximo ano com atendimento integral a 15 instituições de ensino.

Além da Emebe Neusa Basseto, São Bernardo conta com outros três espaços dedicados ao ensino de estudantes surdos na rede, chamados escolas-polo: Emebs Padre Manuel da Nóbrega (Educação Infantil) e Neusa Macellaro Callado Moraes (Ensino Fundamental I), além do Centro de Qualificação Profissional da EJA (Educação de Jovens e Adultos).




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