A diretoria e os pais de alunos da Escola Estadual Luiza Collaço Fonseca, no Bairro Ferrazópolis, em São Bernardo, definiram em reunião realizada ontem que as crianças e adolescentes não terão aula quando não houver inspetores de ensino no local. A falta de funcionários já provocou a paralisação por três dias na última semana.

As aulas foram retomadas ontem pela manhã e, segundo a Secretaria de Educação,com dois inspetores presentes. Caso os inspetores não compareçam hoje, as aulas serão paralisadas novamente.

Segundo representantes da APM (Associação de Pais e Mestres), a escola sofre com a falta de funcionários para implementar o controle dos alunos. Os professores reconhecem que não têm como acompanhar a rotina empátios e corredores, porque isto extrapolaria as suas obrigações.

"A posição da direção e dos professores é bastante sincera e eles disseram na reunião que não se responsabilizam pelo que ocorre do lado de fora", afirma a auxiliar de enfermagem Roberta Aparecida Cardoso, 37 anos, mãe de um aluno.

A situação crítica já faz Selma Gregório, 32, pensar em uma solução drástica. "Infelizmente, serei obrigada a tirar minha filha dessa escola", diz.

O professor de Matemática Antonio Argemiro, 38, lamenta o panorama desolador. "A situação como um todo é bastante complicada. Alguns colegas até estão afastados das aulas e se sentem ameaçados. Os inspetores, quando chegam aqui, também não agüentam a pressão", diz.

OUTRO LADO - A Secretaria de Educação afirma que nenhum professor está afastado por qualquer tipo de agressão cometida por alunos - são seis sem dar aulas atualmente, todos por motivos de saúde.

A assessoria aponta ainda que o serviço de limpeza, também alvo de críticas na última semana, é terceirizado, e que está funcionando normalmente.