Os técnicos pretendem selecionar as edificações e maquinários do sítio histórico e querem ter como base as construções de Paranapiacaba que foram tombadas em 1987 pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo). “Só serão considerados os locais que tiverem características originais e os que estiverem em estado de descaracterização elevado. O levantamento do Condephaat vai ser muito útil na escolha”, disse o técnico Carlos Cerqueira que se refere principalmente à parte baixa da Vila. Em sua avaliação, a parte alta sofreu alterações que fogem à arquitetura de época (século XIX) e, por isso, o tombamento terá de ser analisado detalhadamente. Já o sistema funicular e as reservas florestais serão estudados paralelamente porque não são tombados pelo conselho.
Segundo o técnico José Saia Neto, 51, antes de o Iphan apresentar os locais que serão objetos de tombamento, será organizado um encontro com representantes da Rede Ferroviária Federal e também com a Prefeitura – principalmente para discutir assuntos referentes ao sistema funicular e acervo de maquinários. “Outras visitas terão de ser feitas, mas podemos adiantar que o processo tem de ser feito para ontem”, afirmou.
O técnico Cerqueira informou que o Iphan não possui verba federal suficiente para prover a restauração dos bens móveis da vila, mas tem intenção prioritária de garantir a preservação das características inglesas de Paranapiacaba. Além disso, é interesse do instituto proteger o entorno das construções e tombar também as áreas de vegetação próximas para evitar a descaracterização ecológica do sítio.
O tombamento, segundo ele, também seria eficiente para evitar que a Vila fosse vendida para a iniciativa privada e, dessa forma, perdesse completamente suas características históricas e ferroviárias. “Como grande parte já está tombada, é descartada a possibilidade deste tipo de venda. O tombamento do Iphan garante que a Vila só pode ser vendida para o poder público”, afirmou Cerqueira.
Tática – Inicialmente, os técnicos acreditam que o melhor a fazer é concentrar as expectativas de tombamento na parte da Vila que já é tombada pelo Condephaat para que o processo federal seja acelerado. Com a aprovação em Brasília, seriam abrangidas as outras áreas de interesse de uma forma contínua, até que toda a região de Paranapiacaba se tornasse finalmente patrimônio nacional.
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