O número de mortes no trânsito no Grande ABC caiu 21,43% em setembro. Foram contabilizados 14 registros no último mês, enquanto 17 pessoas perderam a vida após acidentes no mesmo período do ano passado nas sete cidades. Desde janeiro, são 151 óbitos do tipo na região.

De acordo com dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), os motociclistas correspondem à metade das mortes ocasionadas no trânsito da região em setembro: sete ocorrências. Os pedestres são o segundo maior alvo, com quatro óbitos (veja mais informações na arte acima).

Em relação ao tipo de acidente que mais mata, a maior parte corresponde à colisão, com sete casos em setembro. Foram observados quatro atropelamentos, dois choques entre veículos, além de uma ocorrência registrada como outros.

Apesar da diminuição no número total de mortes entre as sete cidades, São Bernardo foi na contramão e observou aumento de 40% nos casos do tipo, saltando de quatro para sete. Apenas São Caetano e Rio Grande da Serra não registraram nenhuma ocorrência de óbito no trânsito.

Para o especialista em segurança no trânsito e engenheiro de tráfego e transportes Horácio Figueira, diversas ações precisam ser tomadas pelo poder público em relação à fiscalização para reverter este quadro. O tema deve ser considerado desafio para os prefeitos eleitos. “A maior parte destes acidentes costuma acontecer de madrugada, quando a fiscalização é zero. Se a gente não tiver controle neste horário e nos finais de semana, esse número só vai aumentar. Tem que distribuir os agentes de trânsito de forma aleatória. Isso é uma coisa que dá pra fazer”, afirmou.

Para Figueira, é primordial o investimento em campanhas de conscientização para motoristas de forma permanente. Ele também cita como importante a fiscalização realizada por carros a paisana, além da redução do limite de velocidade das vias.

“A sociedade precisa ser informada com pesquisas, porque falta sensibilização por parte dos motoristas. Basta um policial a paisana, com rádio comunicador. Ele informa outra equipe à frente, que pararia o veículo que cometeu infração. Isso se chama efeito demonstração”, disse.

Em relação à segurança dos motociclistas, o especialista propõe mudanças no Código de Trânsito Brasileiro. “O artigo 56, que impede que as motos circulem entre os veículos, caiu em 1997, mas essa suposta agilidade acaba causando muitas mortes. Além disso, deve ser trabalhado com os motociclistas a questão da cidadania. A moto é um veículo inseguro, já que o corpo do motoqueiro acaba protegendo o veículo.”