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Nota regional no Provão melhora em relação ao ano passado
Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
15/12/2003 | 23:08
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As notas do Exame Nacional de Cursos, o Provão, divulgadas nesta segunda pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação, revelam que houve melhoria na qualidade dos cursos superiores avaliados em instituições do Grande ABC. Oito cursos tiraram a nota máxima: A. No ano passado, apenas seis haviam conseguido o conceito máximo. No outro extremo da avaliação, 27%, ou 23 do total de cursos avaliados, tiveram notas D e E; em 2002, essa porcentagem foi de 35%, ou 27 cursos. Na região, foram avaliados esse ano 85 cursos de 16 instituições de ensino superior. No ano passado, foram 77 cursos no mesmo número de escolas. Na semana passada, o Diário publicou as notas recebidas por sete instituições; os dados completos só foram liberados nesta segunda pelo Inep.

Os oito cursos com as melhores notas foram: História, Administração e Ciências Contábeis, do Centro Universitário da Fundação Santo André; Direito, da Faculdade de Direito de São Bernardo; Ciência Biológicas e Pedagogia, da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo); e Administração e Engenharia Civil, do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia.

Vinte e três cursos receberam notas D e E este ano. O Diário entrou em contato com a direção das instituições de ensino que tiraram os conceitos mínimos. As escolas que aceitaram comentar as notas são unânimes em dizer que o Provão não é capaz de medir a situação real dos cursos. O MEC (Ministério da Educação) já divulgou mudanças no sistema a partir do ano que vem.

Razões – Para o educador Oswaldo Accursi, diretor da FIA (Faculdade Interação Americana), em São Bernardo, que pelo terceiro ano consecutivo recebe conceito D no seu curso de Matemática, os alunos de escolas particulares não deveriam ser avaliados junto com os de escolas públicas. “Hoje, quem consegue uma vaga em escola pública é aquele aluno que teve um bom ensino fundamental e médio, que tem tempo para estudar e não precisa trabalhar. Nosso aluno trabalha o dia todo para poder pagar a mensalidade. É claro que não tem o mesmo nível de ensino”, disse.

Accursi disse que a FIA, que mudou de direção e nome há dois anos (era antes a Faculdades Tapajós), faz “de tudo” para preparar melhor os alunos. “Além de mudanças no currículo, oferecemos aulas de reciclagem de conhecimento aos sábados.”

Para o pró-reitor de Graduação do Imes (Centro Universitário Municipal de São Caetano), Carlos Alberto de Macedo, o Provão deixa a instituição de ensino “nas mãos dos alunos”. O curso de Jornalismo do Imes teve nota D. “Foi um claro boicote dos alunos ao Provão.” Para ele, a situação só vai mudar se a nota obtida na avaliação for para o prontuário do aluno.

Para o pró-reitor Acadêmico da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo), Oscar Hipólito, as notas da instituição estão acima da média, se comparada a outras escolas particulares. Dos 14 cursos da Uniban avaliados, cinco tiveram conceitos D e E. “Cursos de grande demanda, como Direito e Administração, saíram de conceitos E para C e B, respectivamente.”

Das grandes escolas da região, a UniABC (Universidade do Grande ABC) teve 14 cursos avaliados e seis deles com conceitos D e E. O curso de Engenharia Mecânica repetiu nos três últimos anos o conceito E. A escola não comentou as notas.




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