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Cidade faz dívida de 30 anos para ter hospital
Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
19/05/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


 A Prefeitura de São Bernardo selou nesta semana, junto a representantes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o contrato de empréstimo que será utilizado para financiar as obras que irão transformar o PS (Pronto-Socorro) Central da cidade em hospital de urgência. A dívida assinada pelo prefeito Luiz Marinho (PT), da ordem de US$ 59 milhões (aproximadamente R$ 209,5 milhões na cotação de ontem do dólar), deve interferir em ao menos sete gestões da cidade. Isso porque o empréstimo só será quitado em período de 30 anos.

De acordo com o BID, “o financiamento tem prazo de amortização de 25 anos e período de carência de 5,5 anos.” Somado ao financiamento externo da ordem de US$ 125 milhões (aproximadamente R$ 445 milhões na cotação do dólar de ontem), aprovado pela União em dezembro de 2015, a gestão de Marinho já acumula nos últimos seis meses endividamento superior a R$ 634,1 milhões.

Na manhã de ontem, acompanhado de representantes do BID e políticos, Marinho e a secretária de Saúde, Odete Gialdi, anunciaram a construção do hospital de urgência. Na ocasião, diante de público pequeno, ambos apresentaram o projeto buscando sempre responder a pergunta: “Por que um novo hospital?”

“O fator para a construção do hospital de urgência é que nossa população atual não aguenta mais o PS Central e o HC não é porta de entrada igual a um complexo de urgência. Nenhum hospital atende tudo. O hospital que quer fazer tudo não faz nada”, disse Odete.

Como o Diário noticiou no sábado, enquanto o Hospital de Clínicas de São Bernardo, entregue em dezembro de 2013, opera com apenas 12% de sua capacidade para cirurgias, Marinho pretende iniciar no último ano de seu mandato o processo para erguer outro complexo hospitalar na cidade, que corre o risco de se transformar em mais um elefante branco.

Logo após o término do evento, Marinho alegou compromisso na Capital e não atendeu a imprensa.

A expectativa da Prefeitura é que as obras para construção do complexo sejam iniciadas em agosto, um mês após a abertura da concorrência que irá selecionar a empresa responsável pelas intervenções.

A construção terá custo de R$ 136,6 milhões. Entretanto, a Prefeitura já desembolsou cerca de R$ 6 milhões com o projeto executivo. A quantia restante do empréstimo internacional será destinada para reestruturar outras unidades da área.

O hospital terá sete pavimentos e 266 posições, sendo 226 leitos e 40 poltronas. O objetivo é ampliar o atendimento do PS Central em 46%.  




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