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Ribeirão Pires não tem abrigo para adolescente do sexo masculino
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
08/07/2009 | 07:40
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Ribeirão Pires não tem onde abrigar adolescentes do sexo masculino. O único equipamento, o Cidade Refúgio mantido pela Associação Brasileira de Ação Social Cristã, fechou as portas na semana passada após anunciar dificuldades financeiras e arrastar uma negociação com a Prefeitura acompanhada pelo Poder Judiciário há mais de seis meses. A administração tem 15 dias para apresentar uma solução à Promotoria da Infância e Juventude, que instaurou um inquérito civil.

Os outros dois abrigos da cidade, Novo Rumo e Espaço Jovem, apoiados pela Associação Sant'Anna, estão no limite da capacidade de atendimento. O Novo Rumo, que recebe crianças de 0 a 10 anos está com as 16 vagas preenchidas, e o Espaço Jovem, disponível para adolescentes do sexo feminino, tem nove dos dez lugares ocupados.

A maioria das 13 crianças e adolescentes que estavam no Cidade Refúgio foi desabrigada pela juíza da Vara da Infância de Ribeirão Pires Isabel Cardoso da Cunha Lopes Enei, com exceção de dois irmãos que ainda não tinham condições de voltar para a família e foram levados ao Novo Rumo.

"Estou à espera de que o poder público tome uma providência porque novos casos nos preocupam. Em uma situação de emergência de abrigamento vou apelar para as comarcas próximas", diz a juíza Isabel. Para a magistrada, houve falta de seriedade da administração no processo. "Uma entidade não pode ficar operando no vermelho, ela tem direito de fechar. A obrigação de manter o abrigo é do poder público, não de particulares."

A subvenção anual de R$ 14 mil destinada pela Prefeitura ao abrigo Cidade Refúgio representava cerca de 8% das despesas da entidade no local. "Em novembro houve a promessa de que o prefeito nos repassaria R$ 10 mil ao mês, o que não foi cumprido. Se tivesse cumprido, não teríamos fechado as portas", lamenta Irineu Gonçalves de Souza, presidente do Cidade Refúgio. O local também recebia aporte financeiro de religiosos norte-americanos, que desistiram da contribuição em virtude da crise econômica mundial.

O secretário de Promoção Social de Ribeirão Pires, Eduardo Nogueira, explicou que a entidade apresentou um plano de trabalho com valores muito altos. "Tivemos queda na arrecadação e o investimento não estava previsto no orçamento. Demos todo apoio com alimentação e material de limpeza. Fizemos o que foi possível." Nogueira informou que a Prefeitura pretende construir um abrigo no próximo ano que deve ser gerido por uma ONG.




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