Setecidades Titulo Saúde
Região tem 3 mortes por H1N1

Santo André registra dois óbitos neste ano e Mauá,
um; diante do cenário, Estado antecipa a vacinação

Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
30/03/2016 | 07:07
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


O vírus H1N1, que voltou a preocupar o Estado de São Paulo, fez três vítimas fatais neste ano no Grande ABC. As mortes foram registradas em Santo André (duas) e Mauá (uma).

Em Santo André, conforme a Secretaria de Saúde, dos três casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) relacionados com o vírus Influenza A (H1N1), dois evoluíram para óbito, ambos do sexo masculino. O primeiro, de 64 anos, morreu no dia 8 em serviço de Saúde de outro município, era imunodeprimido e não tomou a vacina contra a gripe, apesar de ter indicação. Dois dias depois, foi registrada a segunda morte, de um paciente de 51 anos, que era cardiopata e pneumopata. Não há informação se ele recebeu a dose da vacina. O óbito ocorreu em equipamento de Saúde da própria cidade.

Em Mauá, dos quatro registros de H1N1, um caso evoluiu para óbito. A Prefeitura não informou a data nem detalhes sobre o paciente. Em 2015, nenhuma das duas cidades registraram mortes ocasionadas pela enfermidade.

Em 2009, o H1N1 trouxe pânico à população, quando 12 mil pessoas foram infectadas só no Estado de São Paulo, sendo que 578 morreram. Nas sete cidades, foram registrados, naquele ano, cerca de 700 casos, com 50 mortes. Em 2013, pelo menos 21 pessoas morreram no Grande ABC. No ano passado, das cidades que informaram (Santo André, São Caetano, Diadema e Mauá), não houve nenhuma morte.

Na cidade andreense, até ontem, 15 casos da SRAG aguardavam identificação do agente etiológico (vírus ou bactéria que causou a doença). Em 2015, nenhuma ocorrência foi registrada. Em Mauá, no ano passado foi contabilizado apenas um caso de H1N1.

Em São Caetano, três casos foram confirmados neste ano, contra nenhum no mesmo período de 2015. Outros três suspeitos estão em investigação. Em Diadema, um caso de SRAG está sendo investigado e, no ano passado, não houve registro. Em Ribeirão Pires foram atendidos três pacientes com suspeita da doença na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), sendo dois moradores da própria cidade e um de Suzano, porém, os casos estão em análise.

Até o dia 22, foram notificados 324 casos e 42 óbitos por SRAG no Estado atribuíveis ao vírus Influenza. Desse total, 260 casos e 38 óbitos foram relacionados ao A (H1N1). Em 2015, foram 342 casos de SRAG notificados em todo o Estado, sendo 190 relacionados ao tipo A (H3N2). Do total de 65 óbitos registrados em 2015, 28 tiveram também relação com o A (H3N2).

PREVENÇÃO – Diante do cenário, a Secretaria de Estado da Saúde decidiu antecipar a vacinação contra gripe para cerca de 3,5 milhões de paulistas, incluindo a população do Grande ABC. As doses, que vão proteger contra os vírus do inverno de 2016 – A/California (H1N1), A/Hong Kong (H3N2) e B/Brisbane –, começam a ser distribuídas no início da próxima semana. Inicialmente receberão a vacina 532,4 mil profissionais de Saúde de hospitais públicos e privados da Capital e Região Metropolitana de São Paulo. Até o dia 8 de abril, todos os hospitais desses municípios receberão as doses para a realização de campanhas internas.

Já a partir do dia 11 de abril, a vacinação será ampliada para crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos, gestantes e idosos.

Para as demais cidades do Estado e outros públicos-alvo (doentes crônicos, puérperas, indígenas, funcionários dos sistema prisional e a população privada de liberdade), a campanha de vacinação contra a gripe deve seguir o calendário do Ministério da Saúde, com início previsto para o dia 30 de abril.

Incidência do vírus antes da chegada do inverno intriga especialistas

A incidência do vírus H1N1 no País antes da chegada do inverno intriga especialistas. “Esperávamos aumento nos casos de dengue nesta época do ano, não de gripe”, destacou o clínico geral do Hospital e Maternidade Dr Christóvão da Gama Richard Rosenblat.

Para o professor responsável pela disciplina de Infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Hélio Vasconcellos Lopes, a situação pode estar provavelmente relacionada à maior disseminação do mesmo vírus nos países do hemisfério Norte durante o inverno. “O grande número de viagens aéreas e marítimas possibilita a vinda mais precoce de determinadas infecções”, opinou.

Ainda de acordo com o professor, a vacina contra a gripe passa a proteger quem a toma após 14 dias. “Mesmo que a imunização falhe e esse paciente contraia H1N1, vai ser uma forma suave, cujo risco de morte será menor”, explicou.

A dose distribuída na rede pública é produzida pelo Instituto Butantan, por meio de processo de transferência de tecnologia.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;