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Mídia e sociedade juntas no combate ao crime
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
14/08/2010 | 07:27
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A morte violenta de milhares de crianças e adolescentes no Brasil e o risco de banalização dessas notícias na mídia foram alguns dos assuntos discutidos ontem, durante a palestra A Infância na Mídia e os 20 anos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), na Fundação Criança, em São Bernardo, com os jornalistas Caco Barcellos e Luciana Gardin.

O público diversificado formado por jovens, pessoas da sociedade civil e multiplicadores dos trabalhos direcionados à proteção, orientação e encaminhamento das crianças e adolescentes lotaram a plateia.

Um vídeo sobre o caso do adolescente de Diadema Fernando Ramos da Silva, o Pixote, que morreu em 1987, aos 19 anos, assassinado por policiais militares, foi a abertura escolhida pelo jornalista Caco Barcellos para chamar a atenção de todos sobre a necessidade de melhor apuração dos fatos para que o resultado do trabalho levado pela mídia seja o mais verdadeiro possível, com o qual os leitores possam ter subsídios para refletir e identificar quem são os criminosos que se acham no direito de tirar a vida das inúmeras pessoas diariamente.

"O caso do Pixote foi há 23 anos, mas a maneira como as mortes acontecem hoje continua a mesma", frisou Barcellos.

Outro ponto importante abordado durante a palestra, que garante a credibilidade do conteúdo jornalístico antes de torná-lo público, foi a necessidade de buscar provas concretas na apuração dos fatos e relatos de testemunhas que presenciaram ações de execuções criminosas.

SOCIEDADE E IMPRENSA
Mas como chegar aos fatos que desvendem a verdade sobre os maus tratos e as mortes de tantos adolescentes, sem ficar atrelado apenas aos relatos policiais?

A questão alertou a todos para a reflexão de que a sociedade não pode ter medo do crime paralelo, mas sim entender que a divulgação de crimes e as pistas que cheguem aos autores das barbáries é uma alavanca para a realização de um bom trabalho e mudanças sociais.

"Em 1997, quando comecei a produzir matérias sobre os direitos da Criança e do Adolescente e aprofundar no conhecimento do ECA, eram inúmeras as rebeliões na Febem (Fundação Estadual do Bem-estar do Menor). De lá para cá, houve vários avanços na educação, saúde, e também na família", salientou Luciana Gardin.

A exploração sexual infantil, potencializada pela internet, e o combate as drogas também foram citados como importantes causas a serem abordadas pela mídia.




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