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Pátios das Ciretrans vivem o caos no Grande ABC
Patrícia Queiroz
Da Redaçao
02/04/2000 | 18:13
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Veículos que impedem a passagem de pedestres nas calçadas, vias com carcaças que dificultam o trânsito, ferrugem e sujeira fazem parte do cenário de abandono que compoe os pátios das Ciretrans (Circunscriçoes Regionais de Trânsito) no Grande ABC. Lotados, os espaços estao à mercê da burocracia, que atrasa os leiloes de carcaças, uma das principais maneiras de esvaziar essas áreas na regiao.

Em Santo André, para resolver o problema de superlotaçao de carros e veículos irregulares apreendidos na cidade, a Prefeitura pretende construir até julho um novo pátio. Atualmente, existe um espaço usado para essa finalidade na Vila Palmares.

O diretor do Departamento de Serviços de Trânsito de Santo André, Epeus Pinto Monteiro, explica que o novo pátio funcionará em uma área de 12 mil m². A obra vai custar aos cofres municipais R$ 130 mil. "Nossa intençao é esvaziar o pátio antigo gradativamente." Para Monteiro, a superlotaçao dos pátios se deve à demora nas resoluçao dos processos que envolvem os carros apreendidos. Segundo ele, o aumento na demanda de veículos que chegam aos pátios é maior porque há mais agentes de trânsito atuando nas ruas da cidade. "Com a fiscalizaçao maior, as apreensoes só tendem a aumentar."

O diretor da Ciretran de Sao Bernardo, delegado Adalberto Henrique Barbosa, responsável pelo pátio da cidade, acredita que o "grande volume" de veículos nos pátios acontece por causa da demora em localizar os donos dos automóveis com adulteraçao de chassi - os mais apreendidos na cidade.

Segundo Barbosa, quando um veículo nessas condiçoes é encontrado, a Ciretran tem de tomar uma série de providências legais até poder leiloar o veículo. "Todo o trâmite judicial é longo, podendo levar até oito anos para o caso ser resolvido. Enquanto isso, o carro ou moto vai ficando no pátio."

Barbosa explica que existe a intençao de criar um outro pátio em Sao Bernardo. "Dependemos da liberaçao de um terreno público por parte da Prefeitura, que pelo Código de Trânsito Brasileiro é a responsável pela fiscalizaçao e operacionalizaçao do pátio, assim como as demais cidades do país. O pedido já foi encaminhado pela polícia. Estamos aguardando uma resposta positiva."

A má localizaçao do pátio de Diadema, situado ao lado do lixao do Alvarenga, na divisa da cidade com Sao Bernardo, é uma das justificativas para a superlotaçao, segundo a avaliaçao do chefe do pátio do município, Teodózio Gregório da Silva. "Estamos muito longe do pátio, e isso dificulta o acesso dos donos dos veículos apreendidos." De acordo com Silva, a Ciretran de Diadema nao promove leiloes com freqüência, o que dificulta o esvaziamento da área. "Após quase sete anos de espera, tivemos um leilao em março do ano passado. Mesmo sem este comércio, os veículos na cidade continuam sendo mandados para cá, ou entao ficam jogados em frente ao 1º DP."

A burocracia para a realizaçao dos leiloes também é apontada pelo diretor da Ciretran de Mauá, delegado Kazuyoshi Kawamoto, como uma das principais causas para a superlotaçao dos pátios. "Inauguramos um pátio no Centro há quatro meses e já está praticamente cheio. O outro (em Sertaozinho) também nao tem espaço. Os carros leiloados ficam na calçada esperando a remoçao."

"Se nao fosse tao difícil leiloar um carro apreendido, cujo dono nao foi localizado, a situaçao seria bem diferente", avalia Jesus Correia, gerente de Trânsito de Ribeirao Pires.




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