Política Titulo Ribeirão Pires
Saulo gasta R$ 770 mil em parte de shows de festival

Em crise financeira e com ameaça de corte de
luz, Paço de Ribeirão já paga conta de artistas

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
11/08/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Em grave crise financeira, com ameaça de corte de luz e falta de fornecimento de produtos de higiene a repartições públicas, a Prefeitura de Ribeirão Pires oficializou na sexta-feira contrato com a empresa T.F. de Carvalho, responsável por trazer à décima edição do Festival de Chocolate os artistas Titãs, Onze:20, Palavra Cantada, Marcos e Belutti, NX Zero, Turma do Pagode, Patati Patatá, Banda Malta e Frozen. O custo do acordo é de R$ 770 mil e envolve apenas parte dos músicos confirmados para todos os fins de semana do evento.

Há ainda contratos que serão publicados oficialmente com agências que gerenciam carreira de Anitta, Victor e Léo, O Teatro Mágico, Fernando e Sorocaba e Diogo Nogueira. A estimativa inicial do Paço é despender R$ 2 milhões entre shows e estrutura.

O contrato foi publicado no Diário Oficial duas semanas depois de a Prefeitura de Ribeirão Pires ter renegociado, em cima da hora, dívida com a AES Eletropaulo. No dia 22, a concessionária ameaçou cortar o fornecimento de energia a prédios administrativos porque a administração de Saulo Benevides (PMDB) não quitara débito de R$ 1,5 milhão. Houve também desabastecimento de papel higiênico no Paço por falta de pagamento à empresa responsável pelo fornecimento.

Para compensar o gasto com o Festival do Chocolate, o governo precisaria vê-lo lotado todos os dias de atividade. São 8.000 ingressos disponibilizados por dia para estrutura montada no Complexo Ayrton Senna, no Centro. Porém, algumas atrações não têm agradado ao público e raras vezes neste fim de semana o espaço musical ficou completamente tomado de público. Se permanecer esse panorama, o cálculo feito pela gestão peemedebista não vai fechar. Cada bilhete custa R$ 20.

O Executivo divulgou ontem que, nos três primeiros dias, 75 mil pessoas passaram pelo Complexo Ayrton Senna, média de 25 mil por dia. Porém, esse número contabiliza visitantes e público que pagou pelo ingresso dos shows dos Titãs, Onze:20 e Fernando e Sorocaba.

O prefeito afirmou que “um show compensa o outro” ao comentar sobre pouco público em determinada atração e que o Festival do Chocolate compensa aos cofres públicos, a despeito da crise enfrentada. “Crise financeira eu passo desde o primeiro dia que entrei na Prefeitura. Mas é uma festa tradicional e importante para a cidade, que gera emprego e fomenta o comércio.”

Em 2013, justamente com alegação de problemas financeiros, Saulo decidiu não realizar o Festival do Chocolate. Foi duramente criticado e prometeu retomar na sequência, com auxílio da iniciativa privada. “Procuramos fazer um evento melhor e mais barato, com apoio de patrocinadores. Espero que gastemos o mínimo possível”, ponderou o peemedebista, listando como apoiadores o Rotary e a Rádio Gazeta FM – a rádio é responsável por intermediar os artistas e oferecer vantagens financeiras nos contratos, porém, a Prefeitura tem de gastar para contar com os músicos. 




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