O vereador de Mauá Irmão Ozelito foi expulso do PSB. A decisão foi tomada pela executiva municipal do partido após diversas declarações do parlamentar à imprensa, nos últimos meses, dando conta de que será candidato a prefeito em 2012 pelo PTB. A infidelidade considerada pela cúpula socialista deixa o parlamentar na iminência de perder o mandato.

O encaminhamento foi sacramentado no fim de julho, e já consta no Cartório Eleitoral de Mauá e no site do Tribunal Superior Eleitoral. Apesar disso, Ozelito soube da expulsão somente ontem, pela equipe do Diário.

O vereador não participava de reuniões da legenda desde março. Na época, já articulava migrar de partido - para o PSC. Desde então, ao contrário da determinação do PSB, que integra a base governista na Câmara, passou a intensificar ataques à administração do prefeito, Oswaldo Dias (PT).

Ao ser procurado para comentar a expulsão, mostrou surpresa. "O que eu sei é que estavam aguardando eu me desfiliar em setembro", contou, sob a esperança, cada vez mais remota, de existir janela de transferência partidária no mês que vem, o que garantiria a troca sem risco de perda do mandato.

Sobre a possibilidade de perder a cadeira na Câmara (os detentores dos mandatos são os partidos), tentou mostrar serenidade, apesar da condição delicada. "Estou tranquilo porque o PSB mudou o programa partidário." Na eleição de 2008, os socialistas, com Chiquinho do Zaíra, disputaram o segundo turno contra Oswaldo, mas logo no início do governo a sigla debandou para a situação.

Mesmo que o PSB não peça a cadeira na Justiça, ao menos um suplente já dá a certeza que o fará. Quarto suplente da coligação com o PPS, Aguinaldo de Souza (PSB) dá a garantia em virtude de Ozelito "não ter honrado" compromisso em 2010, quando disputou lugar na Assembleia.

"O acordo era para ele se afastar da Câmara por dois meses para eu conseguir desenvolver alguns projetos, mas ficou só duas semanas fora. Com certeza vou pedir o mandato na Justiça", enfatizou Aguinaldo, que se beneficiou das saídas de Wagner Rubinelli do PPS e de Rogério Costa, o Kuka, do PSB. O terceiro suplente é Chico do Judô (PSB), confortável no comando da ouvidoria.

Antes de entrar na Justiça, Aguinaldo terá de convencer o presidente do PSB, Carlos Tomaz, a não aceitar o seu pedido de desfiliação da sigla, entregue na semana passada. Caso contrário, quem poderia requerer a cadeira de Ozelito é Ivete Rocha, 13ª suplente, favorecido por dissidências do partido de candidatos mais bem colocados na eleição.

Tomaz não retornou aos contatos da equipe do Diário.