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Sucuri é a maior cobra brasileira
Do Diário do Grande ABC
03/07/2011 | 07:00
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Edmilson Magalhães/DGABC


A sucuri-verde, conhecida como anaconda, é a maior serpente brasileira, atingindo 9 m de comprimento e até 250 kg. É considerada a segunda maior serpente do planeta, ficando atrás apenas da píton-reticulada, que vive na Ásia e mede até 11 m.

Além da sucuri-verde (Eunectes murinus) há também a amarela (Eunectes notaeus). Elas habitam locais diferentes e têm características distintas. A amarela vive no Pantanal, é menor e tem coloração mais chamativa. A verde é mais robusta e tem cor escura para poder se esconder melhor no seu habitat, a Floresta Amazônica.

Nenhuma das duas é venenosa, mas ambas têm fama de devoradoras. É que a sucuri é serpente constritora, ou seja, mata a presa enrolando-se em volta do corpo dela para sufocá-la. Procura não quebrar os ossos da vítima para não correr o risco de se machucar na hora de se alimentar.

Mas como saber a diferença entre venenosa e constritora? O que diferencia um grupo do outro é a presença de um orifício que fica entre a boca e as narinas, chamado fosseta loreal, presente nas venenosas, além do tipo de dentição. Entretanto, como é difícil observar esses detalhes, o melhor é sempre se afastar e não mexer nela, muito menos matá-la. Todas as espécies são importantes para o equilíbrio da natureza, e cobra só ataca se for importunada.

COME GENTE? - Uma lenda diz que a sucuri é ‘comedora de gente'. Essa serpente, assim como todas as outras, é carnívora, mas os humanos não fazem parte de seu cardápio natural que inclui peixes, jacarés e capivaras. Prefere ‘pescar' com muita habilidade seu rango.

É excelente nadadora, mesmo sem pernas ou braços. Vive próxima a lagos e rios e procura se manter sempre enrolada em galhos de árvore ou mesmo no solo. Ao se sentir ameaçada, entra imediatamente na água, onde consegue se movimentar com mais rapidez, já que seu corpo é grande e pesado.

 

Píton é a compridona

A sucuri não é só a maior cobra brasileira, é também a maior do planeta em volume. Em comprimento quem ganha é a píton-reticulada (Python reticulatus), com 11 m, que não pode ser confundida com a píton-bola, possível de ser criada como bicho de estimação.

Essa cobra não existe naturalmente no Brasil, vive na Ásia. É tão agressiva quanto a sucuri, mas, apesar de primas, possuem diferenças. A píton, por exemplo, tem hábito terrestre, ao contrário da aquática sucuri.

As duas podem comer presas com três vezes o diâmetro do corpo. Como é possível? Têm pele e musculatura bem elásticas, e os ossos da mandíbula e cabeça não são grudados e podem se mover. Assim, na hora do rango, conseguem abrir um bocão. Além disso, as costelas também fazem movimento lateral. Isso permite comer animais cuja cabeça lembre um cone, porque descem pela garganta com mais facilidade, nunca arredondada como a dos humanos.

 

A surucucu é a maior venenosa daqui

As cobras grandonas têm força para matar presas, mas não pense que as pequenas estão em desvantagem. Elas possuem venenos poderosos para garantir alimento. No Brasil, a surucucu é a maior entre as venenosas, medindo até 3 m. Mas ela não é a principal ameaça.

A cada 100 pessoas picadas no País, em média, 80 são vítimas da jararaca (dependendo da espécie, mede entre 60 cm e 1,5 m), mas poucas morrem. Já a cascavel (que mede cerca de 1,5 m) é responsável por poucos acidentes (8%), mas a maioria é fatal.

A vacina que combate o veneno de cobra - chamada soro antiofídico - é fabricada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, que fornece não só para o Brasil como para outros países. Além de sua produção, o Butantan mantém grande área de exposição e prepara programa especial de férias. Saiba mais no blogdiarinho.blogspot.com

 

Com a colaboração de Thiago Toshio, do Zoológico de São Paulo, e a consultoria de Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan




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