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Luta pela preservação

Mundo registra cerca de 330 ararinhas-azuis, 85 delas no Brasil; risco de extinção existe

Jaque Correa
Especial para o Diário
05/05/2024 | 07:01
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Paulo Gil/Divulgação


 Uma ave superespecial chegou ao Zoológico de São Paulo, a ararinha-azul. Um dos bichinhos mais raros do mundo, e que inspirou o personagem Blu na animação Rio, tem agora um novo lar para chamar de seu: o Centro de Conservação Ararinha-azul. 

O espaço, criado especialmente para cuidar da espécie, tem cerca de 900 metros quadrados com tudo o que precisa para se desenvolver. São 13 recintos no total. Há salas de incubação para os ovos, lugar para os filhotes, consultório veterinário e até uma cozinha para o preparo da alimentação e dieta das aves.

No começo, 27 delas vão morar no centro. Mas o objetivo é que essa família cresça, com as ararinhas tendo mais filhotes, para que a espécie saia da lista de animais em risco de extinção, e um dia possa voltar para a natureza.

Então, por que a ararinha-azul é tão especial? No mundo existem apenas 334 ararinhas-azuis. Fernanda Guida, 49, é a bióloga responsável pelo setor de aves do Zoológico de São Paulo e explica a importância do projeto. “É uma espécie criticamente em perigo de extinção no mundo. A gente tem mais ou menos 330 indivíduos no planeta, no Brasil 85, e aqui (no zoológico) temos 27 aves. Nosso principal objetivo hoje é fazer com que elas se reproduzam, que tenham muitos filhotes para ampliar essa população. Aí, aumentando esse número, conseguiremos ter ararinhas-azuis disponíveis para serem soltas de volta para a natureza”, afirma a bióloga.

Fernanda explica a importância da ave. “É uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, só ocorre aqui na região da Caatinga baiana, então é uma ave que faz parte da família das outras araras, como a arara-vermelha, arara-azul, arara Canindé, que todo mundo conhece. Só que ela é um pouco menor. A última ararinha-azul em vida livre desapareceu em 2000 e, desde então, ninguém sabe o que aconteceu. Temos um grupo extremamente valioso, não tem como mensurar um preço para a importância dessas aves que temos aqui”, afirmou a especialista. 

Ficção e vida real se misturam em ‘Rio’

No filme Rio, conhecemos Blu, uma ararinha-azul que nasceu no Rio de Janeiro, mas, capturada na floresta, foi parar na fria Minnesota, nos Estados Unidos. Lá é criado por Linda, com quem tem um forte laço afetivo. Um dia, Linda conhece Túlio, um ornitólogo que diz que Blu é o último macho da espécie e deseja que ele acasale com a única fêmea viva, que está no Rio de Janeiro. Linda e Blu partem para a Cidade Maravilhosa, onde conhecem a arara Jade. Quando as aves são capturadas por uma quadrilha de venda de aves raras, acabam presas e precisam unir forças para escapar do cativeiro.

No filme, Blu é apontado como o último macho sobrevivente da espécie, e passa a representar a esperança para que o futuro da ave seja salvo, já que está prestes a desaparecer do planeta.




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