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Seleção coadjuvante no adeus a Ronaldo
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
08/06/2011 | 07:34
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Brasil e Romênia jogaram ontem à noite no Pacaembu. Mas quem ligou para a vitória brasileira por 1 a 0? O grande atrativo da noite foi o adeus de um dos maiores jogadores da história do futebol, não só com a camisa amarelinha, como as de Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid, Milan e Corinthians: Ronaldo Fenômeno.

Foram só 17 minutos em campo, que poderiam ter sido melhores se o goleiro romeno Tatarusanu não tivesse feito duas defesas providenciais que evitaram o último gol da carreira de um tal Ronaldo Luís Nazário de Lima. Mas o Fenômeno não estava nem aí. Mesmo com as gozações sobre seu peso, vestiu com o profissionalismo e a maestria de costume a camisa nove e ao menos tentou.

Todos sabiam que aos 30 minutos do primeiro tempo ele entraria em campo. Aos 27, deixou o vestiário do Pacaembu e sentiu os últimos momentos do calor, da vibração e da energia da torcida brasileira. Três minutos depois, entrou exatamente no lugar do autor do primeiro gol brasileiro, Fred (após linda jogada de Neymar), que o reverenciou na saída de campo.

Seu primeiro toque na bola foi quase dois minutos depois de entrar. Aos 35, após bela triangulação, Neymar deu passe açucarado para Ronaldo, que desviou para o gol, mas Tatarusanu se transformou no vilão da noite.

Mais quatro minutos se passaram e todos os jogadores buscavam o Fenômeno. Mas, desta vez, da entrada da área, ele isolou sobre o gol. Aos 42, o último chute da carreira: Lúcio lançou, Neymar rolou e Ronaldo arrematou, para nova intervenção do arqueiro romeno.

Depois disso, só festa em homenagem ao atacante. Cumprimento de todos os atletas, volta olímpica acompanhado dos filhos e, por fim, discurso no centro do gramado: "Desculpe. Tive três chances de gol, mas por ironia do destino não consegui marcar no meu último jogo. Muito obrigado por tudo o que fizeram por mim na minha carreira. Por chorar comigo quando chorei, por sorrir quando sorri. Até breve, mas desta vez, fora dos campos", declarou, emocionado.

Ah, sim, teve o restante do jogo também. O técnico Mano Menezes aproveitou para fazer diversos testes, como Victor, David Luiz, Sandro, Elias e Jadson. A Romênia, mesmo com o time reserva, não facilitou. Pelo contrário, carimbou o travessão em falta cobrada por Muresan. No restante, pouco perto do que Ronaldo merecia.

Chuva acaba com planos da CBF em testar estrutura de Copa

Era para ser o primeiro teste para a Copa do Mundo de 2014. Pacaembu bem arrumado, camarotes, iluminação diferenciada, mas esqueceram o inevitável: a chuva. A tempestade em São Paulo pouco antes de a bola rolar prejudicou a festa programada para Ronaldo. A região do estádio ficou sem iluminação e houve temor pelo cancelamento do amistoso.

A chuva e o vento castigaram também o setor de imprensa, que abrigava profissionais de 15 países - entre eles, muitos espanhóis, por conta das passagens de Ronaldo pelo país.

Uma das principais novidades foi o uso de detectores de metal, espalhados por todas as entradas. Somente na Charles Miller havia 30 unidades para o portão principal. O sistema, segundo os organizadores, é semelhante ao utilizado em aeroportos do País.

Mas a própria CBF reconheceu que era impossível recriar um ambiente idêntico ao da Copa. Segundo a entidade, muitos serviços foram oferecidos parcialmente porque o Pacaembu não está adaptado às exigências da Fifa.

Do lado de fora problemas antigos. Com pouca fiscalização, cambistas lucraram alto. Os ingressos do tobogã, que custavam R$ 140, eram vendidos por R$ 200, contribuindo para deixar espaços nas arquibancadas.




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