Antes mesmo da convenção partidária que homologará seu novo comando, no dia 13, o PSDB de Mauá já sabe quem será o seu presidente pelos próximos dois anos. Encabeçando chapa única, Marcio Canuto será o responsável pela reconstrução da sigla na cidade, que ainda tenta se reerguer após a conturbada eleição de 2008.

A missão é a de dar sequência ao trabalho de resgate da identidade do tucanato mauaense, ação iniciada no ano passado pelo vereador e atual presidente da legenda, Edimar da Reciclagem. Em 2008, o partido, que polarizou com o PT o governo do País nos últimos 16 anos, foi para o pleito em frangalhos, lançando Diniz Lopes (hoje no PR) ao Paço.

A escolha do quadro sem identificação interna (Diniz terminou a corrida em terceiro lugar e no segundo turno declarou apoio a Oswaldo Dias - PT) colocou em xeque a direção do partido, na época a cargo do ex-vereador Carlos Polisel. No processo, houve a desfiliação de 2.500 nomes, inclusive o de Canuto, que, evidenciando a crise, disputou eleição para vereador pelo PDT (obteve 264 votos).

"Saí porque não concordava com a maneira com que o partido era conduzido pelo Polisel e pela Leni (Walendy, ex-vice-prefeita). Eles não tinham compromisso nenhum com o PSDB. Decidi que enquanto eles permanecessem, eu estaria fora", sintetiza Canuto.

Após ser rebaixado a vice-presidente, Polisel deixou o PSDB em setembro. A fritura deu-se em virtude de a sigla ter feito apenas um vereador (Edimar) e sequer ter ido para o segundo turno da disputa majoritária. Tanto Edimar quanto Canuto têm como meta a conquista de ao menos duas cadeiras na Câmara e corrida "digna" ao Paço, com nome historicamente ligado ao partido ao menos chegando no 2º turno em 2012.

Para tanto, a palavra de ordem é renovação. Canuto pertence à ala do secretário de Meio Ambiente do Estado, Bruno Covas, tido no tucanato como principal liderança jovem do PSDB paulista. Ambos mantêm relação estreita desde antes de Bruno tomar posse como deputado estadual, em 2007 - o neto do ex-governador Mário Covas presidiu a juventude estadual da sigla paralelamente à gestão de Canuto no comando do mesmo segmento na esfera municipal.

Em virtude do novo compromisso, Canuto descarta candidatar-se no pleito do ano que vem. "Isso atrapalharia meu trabalho, pois gera desconfiança dos candidatos de que se está costurando só o seu nome. Ficarei neutro, viabilizando todos os quadros."

A postura é elogiada por Edimar. "Seria até antiético o presidente do partido disputar eleição."