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Tucanos lavam calçada da Receita
Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
16/09/2010 | 09:17
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Foto: Tiago Silva/DGABC

O PSDB paulista lavará hoje a calçada da Receita Federal de Mauá. O ato seria uma resposta às quebras de sigilos fiscais de pessoas ligadas ao presidenciável José Serra. Embora o tom eleitoral seja totalmente descartado pelos representantes do partido que insistem na justificativa de que a mobilização trata-se puramente da defesa das instituições democráticas, é certo que a motivação do ato seja mesmo de colocar o escândalo no centro das atenções e na cidade em que primeiro foram acessados os dados. Desse modo alavancar as campanhas do governável Geraldo Alckmin, mas especialmente a de Serra.

O evento é organizado pela Juventude do PSDB com apoio de movimentos sindicatos da construção civil. A militância tucana foi orientada a comparecer ao local vestida de camisetas amarelas para remeter ao episódio das Diretas Já (1983-84) - movimento que reivindicava o restabelecimento das eleições diretas para presidente da República e a volta do processo democrático perdido com a ditadura militar.

Após a lavagem da calçada, o tucanato se reúne às 18h, no Independente Futebol Clube também localizado no município. Estão confirmados para a mobilização o presidente do PSDB paulista, Mendes Thame, o senador Álvaro Dias, além das lideranças tucanas do Grande ABC e partidos aliados. Também foram convidados o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e o comandante nacional da legenda, senador Sérgio Guerra. Alckmin e Serra não devem comparecer para evitar desgaste para as campanhas.

O senador Álvaro Dias, que tem sido um dos críticos mais vorazes da quebra de sigilo pontuou esperar que a manifestação possa despertar o interesse popular. "A violação de sigilos é uma ameaça ao Estado democrático de Direito. E a indignação deve ter o tamanho desse crime."

O presidente do PSDB de Mauá, o vereador Adimar José da Silva, o Edimar da Reciclagem, argumentou que o foco da manifestação não é político, mas não garantiu a inexistência de tom eleitoreiro. "Estamos em período eleitoral e candidatos podem utilizar do momento para pedir votos."

Preparado - O vereador de Santo André Paulinho Serra (PSDB) afirmou que foi ele quem sugeriu ao partido o ato simbólico de lavar a calçada da Receita. À princípio seria no Fisco de Santo André (outro foco de acessos), mas decidiu-se pela agência de Mauá. "Fiquei bastante satisfeito por terem aderido à sugestão." O parlamentar disse que ajudou a organizar o movimento e que irá munido de vassoura e balde no horário marcado. "Vamos levar 50 vassouras e 50 baldes para distribuir aos militantes, aliados e simpatizantes. Vai dar para lavar bem." Paulinho reiterou não tratar-se de ato eleitoral, mas político. "Parece ser situação pontual, eleitoral, mas não é."




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