A bancada de sustentação do governo Oswaldo Dias (PT) aprovou pela primeira vez ontem - quase dois anos após o início da legislatura - projeto de lei proposto por vereador da oposição. A matéria votada em primeira discussão de forma unânime dispõe sobre o programa de coleta de óleo caseiro usado no âmbito do município.

O autor da proposta, Atila Jacomussi (PV), afirmou que já sabia que o iten passaria pelo crivo dos aliados. "Conversei antes com a bancada governista e pedi a aprovação." Porém, não entrou em detalhes sobre o acordo.

Contudo, o líder governista, Rômulo Fernandes (PT), pontuou que o projeto deve ser vetado. "Apesar da importância e boa intenção da iniciativa ela deve ser vetada pelo próprio parecer jurídico da administração", referindo-se ao vício de iniciativa, uma vez que os vereadores não têm autonomia para propor projetos que gerem custos ao Executivo.

De qualquer modo, Fernandes declarou que preferiu não inteferir na articulação entre Jacomussi e os colegas de bancada. "Ele fez acordo e não quis interferir."

EMNos bastidores é certo que há orientação tanto do prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT) como do homem-forte e secretário de Governo, José Luiz Cassimiro, de não aprovar nenhum pedido dos opositores. Porém, não é de hoje que se forma clima de descontentamento entre os situacionistas com relação a forma que o comandante do Paço vem os tratando, sem quase nenhum diálogo.

Ontem, um antigo oposicionista, Alberto Betão Pereira Justino (PSB), cutucou Oswaldo. "Vou seguir bancada do PSB, mas deixo recado: que a articulação desse governo respeite os vereadores."

Na semana passada, duas emendas aparentemente simples propostas pelo vereador Silvar Silva Silveira (PV) ao projeto que proibia a venda de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes foram rejeitadas pelos aliados sem muita explicação, o que causou mal-estar na Casa. "Saio daqui hoje muito chateado", disse o verde na ocasião.