Setecidades Titulo Cuidado na pista
Na região, 40% das mortes no trânsito são por atropelamento

Ano passado, 83 pessoas morreram atropeladas, de um total de 224 óbitos; em 2025, somando o acidente na Avenida Goiás, em São Caetano, já são 18

Tatiane Pamboukian
13/04/2025 | 10:19
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FOTO: Celso Luiz/DGABC/24/3/24

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Aproximadamente 40% das mortes no trânsito do Grande ABC ocorrem por atropelamento, de acordo com levantamento feito pelo Diário, com base nos dados do InfoSiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo). No ano passado, 83 pessoas morreram atropeladas, de um total de 224 óbitos no trânsito, ou seja, 37%. Em 2023, 39% (97) das 249 mortes no trânsito foram pelo mesmo motivo.

Neste ano, de acordo com dados de 1 de janeiro a 11 de abril, foram 16 óbitos nas sete cidades, de um total de 35 mortes, ou seja, cerca de metade das mortes no trânsito foram por atropelamento. No mesmo período de 2023 foram 17 acidentes fatais de um total de 48 óbitos (35%). Os dados ainda não contabilizam as mortes de Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa, ambas de 18 anos, que foram atropeladas, nesta quarta-feira (9), na Avenida Goiás, em São Caetano.

O responsável pelo acidente foi Brendo dos Santos Sampaio, 26, que dirigia em alta velocidade um Honda Civic, enquanto participava de um racha, segundo a Polícia Civil. As jovens atravessavam na faixa de pedestre, enquanto o semáforo estava vermelho para elas. Porém, de acordo com a Lei 9.503, de 1997, do Código de Trânsito Brasileiro, independentemente da situação, o pedestre tem sempre a prioridade.

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São Caetano havia registrado antes do acidente fatal da semana passada apenas uma morte por atropelamento neste ano, que ocorreu em fevereiro, em local não informado peldo InfoSiga. De acordo com o Detran-SP, no primeiro trimestre de 2024 também houve um caso fatal na Avenida Goiás. A via registrou ainda mais três atropelamentos não fatais no mesmo período do ano passado. Já no primeiro trimestre deste ano, seis pessoas foram atropeladas na via, mas todas sobreviveram. 

No ano passado, 83 pessoas morreram vítimas de atropelamento em seis cidades - Santo André (22), São Bernardo (31), São Caetano (3), Diadema (13), Mauá (10) e Ribeirão Pires (4). Rio Grande da Serra não registrou óbito por esse motivo em 2024.

VELOCIDADE

O excesso de velocidade é a principal causa dos acidentes e mortes no trânsito no Brasil, de acordo com o CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães. “Os limites de velocidade são definidos com base nos critérios técnicos. O excesso de velocidade interfere nos três momentos de um sinistro, antes, porque quanto maior a velocidade, maior a chance do acidente ocorrer, interfere durante, na gravidade do sinistro, e após, que é o estado final da vítima. Quanto maior a velocidade, maiores serão as sequelas”, explica.

O racha, que pressupõe ao menos dois veículos disputando uma corrida, é uma infração de trânsito potencialmente mais grave, considerado crime pela Legislação Brasileira de Trânsito. É passível de multa de R$ 2.934, suspensão da habilitação ou proibição de obtê-la, e pena que pode variar de seis meses até três anos de detenção. 

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