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‘Tenho de lutar pelo Metrô’

Ex-deputada estadual Regina Gonçalves afirma que execução da Linha 17-Ouro do Metrô é meta

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
30/09/2014 | 07:17
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A ex-deputada estadual Regina Gonçalves (PV), que busca retornar à Assembleia Legislativa na eleição de domingo, afirmou que brigar pela efetivação do Metrô em Diadema é sua principal motivação para tentar recuperar cadeira no Legislativo paulista.

“Preciso estar lá para continuar essa luta. Será minha bandeira, conseguir efetivar essa luta. Porque os deputados que lá estavam não defenderam a cidade?”, disse a verde, em entrevista exclusiva ao Diário, lembrando que Diadema ficou excluída na Linha 18-Bronze pela ausência de defesa da cidade na Assembleia Legislativa.

Regina discorreu sobre estratégia de campanha focada no município, garantiu ter sido a deputada que mais encaminhou emendas e investimentos para a cidade e revela que vontade é cumprir integralmente o mandato. “Não quero ser escadinha.”

Qual o balanço que a sra. faz desta eleição atípica, que teve Copa do Mundo e a morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB). Sentiu diferença?
Uma campanha muito rápida, que a gente pôde considerar 45 dias. Fez com que tivéssemos de abortar algumas fases. De um início tranquilo, hoje temos campanha que tomou o corpo e temos tudo para sair com boa votação em Diadema. Tivemos que, de fato, pautar como principal as prioridades da cidade. É campanha que não temos os recursos que outros têm.

É possível sair eleita só com votos de Diadema?
Estamos trabalhando para isso. Mas afirmar quantos votos terei não dá. O que vai prevalecer é o volume de conquistas que trouxemos para o município, o que nenhum deputado jamais conseguiu fazer pela cidade. Também está sendo caracterizado nesta campanha (o sentimento) do voto distrital. Estou percebendo que os candidatos de fora do Grande ABC não conseguem ter tanta penetração quanto tinham antes. Espero que isso, de fato, se concretize nas urnas. Só de investimentos por emendas parlamentares, consegui mais de R$ 85 milhões para Diadema. Os deputados que estiveram no passado acabaram se perdendo muito no discurso de ser situação ou oposição e esqueceram de colocar prioritariamente o que Diadema tem como necessidade. A população tem direito de ter retorno dos impostos que contribuem com o Estado em forma de investimentos.

A sra. percebia que deputados estaduais de Diadema já vislumbravam disputar a Prefeitura na sequência?
Não é o meu caso. Realmente me dedico à vida parlamentar. Não estou querendo mandato para ser escadinha, para daqui dois anos ser prefeita. Cabe a nós parlamentares termos a sabedoria de deixar de lado cores de partido e colocar em primeiro lugar os interesses da população. Tem de saber trabalhar com o governador e prefeito, sejam eles quem forem. Naquilo que me propus a fazer em 2010, eu fiz. As oportunidades que surgiram junto ao Estado foram benéficas e Diadema usufruiu.

Nessa eleição a sra. conta com apoio do prefeito de Diadema, assim como ocorreu em 2010, mas dessa vez é nome único do governo. Qual o peso?
É importante, mas, ao mesmo tempo, procurei também fazer campanha pautada na minha vida parlamentar, nas conquistas que tive. Muitas vezes o eleitor confunde conquistas do prefeito com a do parlamentar. Tentei na rua desmistificar essa mistura de papéis, que é muito comum ao eleitor brasileiro. Vim de uma vida política própria, em que tenho meu papel, meu caminho. Sem dúvida, o fato da gente ter um governo colabora.

A sra. tem forte apoio da bancada de vereadores do governo, mas não de todos os secretários, que fazem campanha para outros candidatos. Incomoda?
Acho importante que nós tenhamos o apoio de quem de fato representa a população de Diadema. Tive êxito nas minhas articulações políticas poder contar com mais de 30% do apoio de vereadores. Também tem inúmeros secretários me apoiando. Tudo soma. Temos um equilíbrio e maturidade para agregar aquilo que interessa e tem peso. Entendo também que como puxei muito a discussão da cidade, porque não tive outra alternativa. Se você juntar todos os deputados que foram eleitos por Diadema, não conseguem chegar sequer a 50% do que eu trouxe. Estão sendo feitas, por exemplo, reformas de nove UBSs (Unidades Básicas de Saúde) com recursos de emendas minhas. O aparelho de ressonância magnética do Hospital Serraria custou R$ 6,5 milhões e foi uma conquista minha. Tínhamos uma fila de 18 meses para fazer exame de ressonância magnética e conseguimos reduzir para 60 dias.

A sra. disse que o voto distrital está pegando, mas a população já consegue diferenciar atuações de prefeitos, deputados, governador, presidente?
Ainda não, mas acho que estamos caminhando para isso. Trabalho muito para que a gente possa ter uma melhor diferenciação de papéis.

Os candidatos do PV ao Estado, Gilberto Natalini, e à Presidência, Eduardo Jorge, são elogiados pela contribuição de conteúdo que fazem ao debate eleitoral, mas não há reflexo nas pesquisas de intenções de voto. Por que isso acontece?
Não sei dizer. Não tenho dúvida da qualidade desses dois candidatos. Trazem valores de discussão que os demais, os que pontuam na frente, não conseguem trazer. O eleitor ainda quer ouvir só o básico. É cultural. É preocupação mais latente do cotidiano do eleitor. Talvez não consigam enxergar nas candidaturas do PV algo que seja resolutivo na sua demanda de área. Vejo índice de crescimento do País cada vez mais sendo alterado para baixo, preocupa porque mexe com desemprego.

Esse falta de transferência de votos atrapalha? O PV sempre teve muitos votos de legenda.
Sempre tivemos os mesmos patamares de voto de legenda. Se pegar a campanha passada, a gente também não pontuou muito além. A candidata a presidente foi a Marina Silva (que teve quase 20 milhões de votos), mas não transferiu para a proporcional. É muito relativo isso. Estou vendo a Marina na televisão pedindo mais votos para deputados do que ela fez com o PV, não fez isso no passado. Quero acreditar que temos chapas próprias e o voto do PV tem sua média, o que tem feito a gente fazer a terceira maior bancada na Assembleia. A meta é manter.

A sra. acredita que o resultado da eleição vai ditar os rumos do pleito de 2016 em Diadema, sendo que a sua candidatura e a do Márcio da Farmácia (PV) para federal têm boas chances de vitória?
É termômetro, mas não podemos misturar as coisas. Temos um período de maturação e ponderação do resultado das urnas. Não dá para empolgar uma disputa nacional e estadual com a municipal, apesar da nossa oposição tentar fazer isso. Talvez eles já estejam pensando unicamente em 2016. Da minha parte, estou querendo ser reconduzida ao Parlamento paulista.

O vereador Josa Queiroz (PT) reproduziu sua propaganda sobre vinda do Metrô a Diadema e a sra. entrou com uma ação na Justiça. Qual sua visão sobre esse fato?
A opinião individual do Josa não me preocupou. Tanto é que eu sabia o que ele estava fazendo no Facebook, até aí normal. Tenho grandes amigos no PT, portanto não tem nada a ver com questões partidárias. O compartilhamento que ele acabou colocando provocou calúnia, difamação e desconstrução pessoal. Houve tudo, menos discussão política. Quando chegou neste ponto da desconstrução da minha pessoa, me vi obrigada a tomar atitude em decorrência de coisas muito sérias. Nós tivemos indeferido o pedido de uma liminar, a ação continua e o mérito está sendo julgado. Ele vai responder por isso e terá de fazer defesa. Não sei tamanha agressão que tenho recebido. Só pode ser visando 2016.

Em que pé está a discussão da chegada do Metrô a Diadema?
O Metrô é luta minha. Diadema foi excluída Linha 18-Bronze. Achei despropósito. Você quer trazer benefício e não fecha o circuito na Estação Jabaquara? A cidade ficaria ilhada, com todos os problemas de Mobilidade Urbana que nós temos? Então comecei da estaca zero a discussão de que forma poderíamos ser incluídos no plano de expansão da linha metroviária. Foi aí que a Secretaria de Transportes Metropolitanos nos deu a alternativa da expansão da Linha 17-Ouro, quando o governador (Geraldo Alckmin, PSDB) oficializou que atenderia a cidade com o Metrô. Estou fazendo apenas circuito de uma luta minha. Preciso estar lá para continuar essa luta. Será minha bandeira, conseguir efetivar essa luta. Porque os deputados que lá estavam não defenderam a cidade? Porque nenhum deputado percebeu que ficaríamos isolados? 




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