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Paralisação prejudica clássico da Segundona
Thiago Silva
do Diário do Grande ABC
03/06/2011 | 07:39
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Quando se pensa em jogador de futebol não é difícil imaginá-lo com carros importados. Mas quem vê os atletas da Segunda Divisão do Campeonato Paulista, porta de entrada do futebol profissional de São Paulo, entende que existem diversas realidades, principalmente quando há greve do transporte público, único meio de locomoção da maioria desses insistentes esportistas.

A paralisação desde quarta-feira de ônibus e trens no Grande ABC obrigou os jogadores de Palestra São Bernardo e Grêmio Mauaense a buscarem alternativas para não atrapalhar os trabalhos dos dois times que duelam hoje, às 19h30, no Baetão, pelo Grupo 6 da Segundona.

Ontem, último dia de preparação antes do clássico regional, o treino do Grêmio no Estádio Pedro Benedetti, em Mauá, não começou no horário habitual devido ao atraso do atacante Washington, que mora no bairro Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo. O jogador, que utiliza normalmente o trem, trocou o itinerário e foi de trólebus para São Bernardo, onde o clube disponibilizou transporte até Mauá.

"A van, que sairia às 13h30 do (Estádio do) Baetão, ficou me esperando até as 14h20. E somente não atrasou mais porque foi me buscar no Paço Municipal, pois não daria tempo de eu chegar ao Baetão", relatou o meia, que foi ameaçado pelo técnico Souza. "Ele disse que iria me cortar da partida caso não viesse ao treino. Consegui chegar, mas acho que ele vai brigar comigo pelo atraso."

Outro que sofreu no Mauaense foi o lateral Thiaguinho, que mora no bairro Pedra Branca, Zona Norte da Capital. O atleta demorou três horas para chegar à atividade, porém, não reclamou. "Deu canseira, mas não tem problema. Eu gosto do que faço e esse imprevisto não me impede de continuar", frisou o ala, que ganha um salário-mínimo.

Do outro lado a greve também prejudicou o Palestra. O meia Aloísio teve de ir a pé do Jardim Regina - perto do clube da Volks - até o Baetão. "O bom foi que cheguei aquecido para o treinamento", brincou o atleta. "Eles (os trabalhadores) têm o direito de reivindicar por melhorias", completou.

Para o técnico Souza, do Mauaense, os atletas da Segundona são batalhadores. "Não é fácil e entendo perfeitamente. Cada dia é uma luta", resumiu o treinador.

 

Alviverde busca segunda vitória para manter reação

Empolgado com a primeira vitória na Segunda Divisão (2 a 1 sobre o Nacional), o Palestra tenta manter o ritmo contra o Grêmio Mauaense para subir na tabela. O Alviverde ocupa somente a sétima colocação do Grupo 6, com três pontos, seis atrás do São Vicente, quarto, posição limite para garantir classificação à próxima fase.

"Temos de sustentar a mesma postura que tivemos diante do Nacional. Se mantivermos a posse de bola, tudo vai acontecer a nosso favor naturalmente", frisou o zagueiro Philipe. "Nos primeiros jogos, demos espaço aos adversários, com a defesa muito insegura", criticou.

Para o defensor, o Palestra tem de tirar proveito de o Mauaense não contar mais com o zagueiro Bruno Alves e o volante Daniel Pereira, que foram para o São Bernardo FC. "Eles têm esses desfalques importantes e vamos tentar lucrar com isso."

Mas não é apenas o Mauaense que tem problemas para o confronto. O meia Brito, destaque do Palestra no último confronto, sentiu dores musculares e no tornozelo e virou dúvida para o duelo. "Eu farei fisioterapia amanhã (hoje). Sinto dor ainda, mas vou me cuidar para ter condições para o confronto", disse Brito.

Caso não jogue, o recém-contratado Horácio e Maurício lutam pela vaga.

 

Mesmo fora de casa, Grêmio tenta voltar à zona de classificação

A primeira derrota (1 a 0 para o São Vicente, em casa) não abalou o ânimo do Grêmio Mauaense, que avaliou o revés como desvio de rota. O resultado, porém, deixou o time fora da zona de classificação em quinto lugar do Grupo 6, com oito pontos, e a equipe luta, contra o Palestra, para retornar à lista dos quatro melhores.

"Foi apenas um deslize, mas agora vamos recuperar os pontos fora de casa. Outra derrota não pode acontecer novamente", disse o zagueiro Anderson. "Para conquistar a vitória, precisamos jogar, o que não fizemos diante do São Vicente", lembrou.

Segundo o técnico Souza, não basta apenas ter técnica para ganhar na Segundona. "Todos os jogadores precisam de raça. Nossa equipe tem qualidade e temos excelente estrutura, mas precisamos de força de vontade, o que faltou na partida anterior", frisou.

Para o duelo, Souza não vai contar com o armador Juninho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Em contrapartida, Fabinho se recuperou das dores no tornozelo e foi selecionado como substituto.

O problema, porém, é escolher os outros integrantes no meio-campo. Felipe Mateus, Rangel, Thiago e Bruno Fontes disputam duas vagas. "Eu testei duas formações, mas ainda não escolhi qual será utilizada", despistou Souza.




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