Economia Titulo Empréstimos
Crédito avança, mas dá sinal de desaceleração
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
02/06/2011 | 07:18
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O ritmo de expansão do crédito tende a diminuir e ficar próximo aos patamares estipulados pelo Banco Central até o fim do próximo trimestre. É o que mostra indicador divulgado ontem pela Serasa Experian, que registrou 99,6 pontos em abril, crescimento de 0,3% sobre março. Foi a segunda alta mensal seguida após sequência de dez quedas. Pontuação acima de 100 indica expansão acentuada do crédito no mercado.

Para o gerente de indicadores de mercado da empresa, Luiz Rabi, o resultado mostra que a oferta de crédito no mercado tende a ser bem menor do que os 21,7% verificados no acumulado de 2010. "A meta do BC é que esse ritmo seja reduzido para 10% a 15% e isso já começa a acontecer. Hoje, estamos no meio do processo, que será completado ao longo do terceiro trimestre deste ano", disse o economista, ao frisar que isso não significa que o crédito deixará de crescer. Apenas se expandirá mais lentamente.

Cenário possível como decorrência das medidas macroprudenciais adotadas em dezembro junto a altas seguidas da Selic para frear o consumo. Recentemente o governo também incrementou o Imposto sobre Operações Financeiras para somar às demais medidas. Assim, comprar carros com prazos mais longos será mais difícil, com parcelas menores e mais pesadas para o bolso. Tese defendida pelo professor da USCS Francisco Rozsa Funcia para controlar a inflação.

O indicador estima que após setembro haverá equilíbrio no crescimento do crédito, deixando de interferir na expansão econômica do País e na inflação. De abril do ano passado ao mesmo mês deste ano, a inflação soma 6,51%.

Apesar da baixa recente no aumento de preços, Funcia afirma que a queda é natural para o período. Ele também descarta que a inflação fuja do teto da meta da União para 2011, de 6,5%. "Ficará bem abaixo disso, entre 5,5% e, no máximo, a 6%", prevê.

O professor afirma que ainda é cedo para avaliar se o esfriamento do crédito no mercado irá impactar a produção e o emprego. Rabi, por sua vez, diz que apesar da variação nos índices da inflação a dúvida fica quanto à reação dos preços depois de setembro. "Isso vai depender do crédito, mas também da massa de ganhos do consumidor, que por enquanto não mudou muito, já que serviços e compras de bens não duráveis continuam firmes."




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