Economia Titulo Consumo
Feiras em São Bernardo
têm preços semelhantes

Ir às compras em bairros diferentes não garante economia
às donas de casa, que desembolsam R$ 65,50 a cada semana

Yara Ferraz
Especial para o Diário
25/04/2013 | 07:04
Compartilhar notícia


Ir às compras em feiras livres em bairros diferentes de São Bernardo não garante grande economia à dona de casa. A equipe do Diário percorreu ontem duas feiras, uma no Taboão e outra no Parque Terra Nova 2, e constatou diferença de preço de apenas R$ 0,50 entre as duas localidades. Na primeira, a compra semanal para uma família de quatro pessoas custa R$ 65 e na outra, R$ 65,50. O Taboão está a dez quilômetros do Centro, enquanto o Parque Terra Nova 2 fica a oito quilômetros.

Apesar da pequena diferença no valor total do carrinho com 23 itens, alguns produtos têm desigualdade grande de preços. No Taboão, o quilo da uva Rubi é R$ 2 mais em conta e o espinafre e bacia de caqui saem R$ 1 mais baratos. No Parque Terra Nova 2, mamão papaia é encontrado por R$ 2 a menos e o melão, por R$ 1 mais barato. Especialistas dizem que a dica, para quem tem tempo, é pesquisar.

O consumidor que vai às compras toda semana já percebeu que manter uma dieta saudável não é tarefa fácil para o bolso. Os são-bernardenses, por exemplo, têm que desembolsar 38,64% do salário-mínimo estadual (R$ 678) para fazer as compras mensais apenas com produtos in natura vendidos nas feiras livres. São necessários R$ 262 para encher carrinho no mês.

Mesmo com os valores elevados, a feira ainda é o lugar preferido para a dona de casa Márcia Oliveira, que considera que com valor total é possível economizar em relação às aquisições em supermercados. Já a auxiliar administrativa Sandra Lucas, que não tem o costume de ir em feiras livres, se espantou com os altos preços. "Prefiro fazer as compras no sacolão. Acho que fica mais barato, além de ter mais variedade", considera.

 

PREÇOS SALGADOS - Entre os alimentos que estão pesando no bolso do consumidor está a batata, que custa até R$ 4, o quilo (veja arte acima). Segundo o pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP Rodrigo Moreira Ramos, uma explicação para a expansão do preço do tubérculo, que vem sendo observada nos últimos meses, é o processo de cultivo. "Os dois últimos anos foram seguidos de resultados ruins para os produtores e eles acabaram reduzindo as áreas de plantações", conta o especialista.

De acordo com o pesquisador, essa situação não vai mudar tão cedo. "A tendência é crescente no decorrer dos meses, pois não há nenhuma região de plantio nova, assim os valores continuam elevados. Somente em junho, com a entrada da nova safra do Paraná, pode ficar mais baixo", destaca Ramos.

 

FIM DE FEIRA - Uma opção para economizar é deixar para fazer as compras no fim da feira. Para se ter ideia, dois tipos de qualquer verdura eram vendidos por R$ 3 por volta da hora do almoço, sendo que no início da manhã apenas um maço do agrião era encontrado por esse mesmo valor. Outro produto que teve redução foi a bacia da alface crespa, que saía por R$ 2 cada e mais tarde duas bacias eram vendidas por R$ 3.

Nem mesmo o pastel com caldo de cana fica livre dos altos valores. Para saborear o quitute com a bebida, o morador de São Bernardo vai desembolsar R$ 6,50. Em Diadema - cidade que a equipe do Diário pesquisou preços há uma semana e constatou que o carrinho de compras semanal por lá saía R$ 60,40 - o pastel com caldo de cana custava R$ 5.

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;