Apesar do reabastecimento do remédio Sifrol, que não foi entregue por mais de três meses, a Farmácia de Alto Custo no anexo do Hospital Mário Covas, em Santo André, apresenta falta de outra medicação usada para o tratamento de Parkinson. Trata-se do Cloridrato de Selegilina, que retarda a evolução da doença.

A dona de casa Maria Aparecida dos Santos, 86 anos, da Vila Pires, em Santo André, toma a medicação há dez anos e desde 11 de abril diz que não consegue retirar o remédio na farmácia. A filha, Izilda Russo, 57, afirma que desde então é impossível conseguir alguma explicação por telefone. "Nem Jesus Cristo consegue fazer ligação para lá. Quando atendem, ninguém informa nada, só dizem que está em falta. Por isso, quando dá vou pessoalmente verificar."

A falta de previsão é o que mais angustia a família e os filhos da idosa, que precisam fazer um rateio para dividir as despesas com a compra do remédio. De acordo com a filha, cada caixa custa R$ 60. "Ela não pode interromper o tratamento nem tem condição de comprar."

A Secretaria Estadual da Saúde informou que o distribuidor do remédio atrasou a entrega por conta de um problema com o prazo de validade do produto. O Estado esclareceu que está negociando, mas que ainda não há previsão de quando o abastecimento será regularizado.

Desde março, a Farmácia de Alto Custo tem enfrentado problemas na entrega de remédios destinados aos pacientes de doenças graves, como o câncer de próstata. O Androcur e o Zoladex, usados no tratamento da doença, voltaram às prateleiras da farmácia em meados de abril, de acordo com o Estado.