Política Titulo Diadema
Executivo e Legislativo vão entrar em choque
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
28/02/2011 | 08:42
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Executivo e Legislativo de Diadema estão prestes a entrar em rota de colisão. Isso porque o presidente da Casa, Laércio Soares (PCdoB), pretende acabar com o sistema utilizado nos dez últimos anos, quando a direção reteve sempre menos de 3% do orçamento municipal para as despesas da Câmara, e solicitar o teto de 5% previsto na lei orgânica. Prática desaprovada pelo prefeito, Mário Reali (PT). 
A renúncia do recurso rendeu cerca de R$ 15 milhões aos cofres do Executivo para 2011. Da previsão de arrecadar R$ 752 milhões, a Prefeitura só tem R$ 10 milhões cedidos pelo Legislativo livre do comprometimento com custeio da máquina pública. "Se ele (Laércio) quiser mudar isso vamos debater nas plenárias do OP (Orçamento Participativo) e quem vai dizer é a população", afirmou Reali. O prefeito colocaria o vereador em cheque em uma discussão sobre quem precisa mais de beneficio financeiro: a população ou os vereadores
O comunista, no entanto, minimiza a intenção do petista, garante que a verba de 2012 chegará completa ao Legislativo e descarta possibilidade de defender a proposta em uma plenária do OP. "Se o prefeito não repassar (a verba), eu conheço os caminhos para buscar. Isso é o de menos", disse. O caminho a ser alçado seriam vias judiciais, visto que a lei orgânica garante 5% e a Constituição 6% do total arrecadado pelo Executivo entregues à Casa. "Não adianta querer abocanhar o que é da Câmara."
Mesmo que o prefeito insista e articule para Laércio desistir da empreitada, ele garante que não vai voltar a trás. "O prefeito é inteligente e não pode achar que o dinheiro é dele. A verba é da Câmara, se sobrar eu vou devolver a ele com toda certeza", explicou. A relação entre ambos é definida como "positiva" pelos políticos, que dizem que se conversam com frenquência. A discussão da mudança será feita na confecção da peça orçamentária perto do fim do ano.

A proposta foi propagada durante a eleição da mesa diretora, a qual, inclusive, impediu a reeleição de Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT). O petista manteve a prática durante os dois anos de mandato. Segundo ele, a questão não envolveu interesses da Câmara ou da Prefeitura. "A cidade está afogada em precatórios, como eu posso tirar esse dinheiro da população?", questionou. Mesmo com menos verba, Maninho conduziu os trabalhos sem problemas financeiros.




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