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Vanessa Damo desconhece acordo, diz Donisete Braga

Prefeito de Mauá rebate crítica sobre dívida com a Caixa

Bruno Coelho
Do Diário do Grande ABC
23/04/2013 | 07:28
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O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), rebateu as críticas da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) sobre a renegociação da dívida da Caixa Econômica Federal e afirmou que ela desconhece os termos do acerto. Em entrevista ao Diário, a parlamentar disse que o petista "desligou os aparelhos" que mantinham o município vivo, visto que os moldes do acordo se transformarão em uma herança negativa para os próximos administradores do Paço. O chefe do Executivo, porém, diz que começou a curar a cidade de um câncer de 22 anos.

Assista ao vídeo da entrevista.

Donisete avalia que Vanessa ainda não virou a página da eleição municipal de 2012, em que os dois disputaram pela Prefeitura de Mauá. "Ela está desinformada porque não conversei esse assunto com a deputada. Esse tipo de análise, de que desligaram os aparelhos, só faz quem não tem conhecimento de causa."

Para Vanessa, o convênio firmado entre Donisete e Caixa vai virar uma bola de neve nos cofres do município, devido aos juros de 7% ao ano para o pagamento do R$ 568 milhões em 30 anos. O dinheiro para quitação será de 50% do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), hoje estimados em R$ 1,9 milhão mensal, enquanto a outra metade será depositada nos cofres da cidade. A dívida foi originada pela canalização dos córregos Corumbé e Bocaina e Rio Tamanduateí, em 1991.

"Em curto prazo pode parecer que o problema foi solucionado. Mas Mauá não cresce 7% ao ano e essa dívida, em longo prazo, fará com que o FPM não seja o suficiente para o pagamento da dívida", disse a deputada ao Diário. Ela projetou que o correto seria primeiro aguardar o desfecho da ação judicial feita pelo Paço, questionando o passivo, para em seguida ver qual acordo fazer com o banco estatal.

O prefeito pondera ser inviável Mauá esperar o fim do processo na Justiça, a ser retirado após o Tesouro Nacional repassar o passivo para a tutela da Caixa. Para isso, Donisete argumenta que, a partir deste ano, a cidade passará a contar o valor referente ao FPM, sequestrado desde 2006.

"Com dez anos da evolução (de repasses) do FPM, o município praticamente sacramentará esse acordo (com a Caixa). Então, curamos um câncer em Mauá. O (ex-prefeito) Leonel Damo (pai da parlamentar) me ligou para parabenizar, dizendo que queria fazer o mesmo tipo de acordo. Fazer uma afirmação dessa (da Vanessa) é descabida dentro do cenário atual", concluiu Donisete.

Deputada liga para petista por IML

Apesar de se mostrar cética com o andamento da gestão do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) entrou em contato com o petista na sexta-feira, para tratar da instalação do IML (Instituto Médico-Legal) no município. Os dois aguardam apenas a data das vitórias da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo ao prédio situado em frente ao cemitério do bairro Santa Lídia.

O contato de Vanessa a Donisete pode sinalizar uma convergência de forças para a instalação do IML em Mauá. Na semana passada, a deputada conversou com a superintendente da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo, Norma Bonaccorso, para justificar a necessidade de o município contar com uma unidade, o que beneficiaria também Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Hoje, toda a demanda da microrregião é destinada para o equipamento de Santo André.

Em março, Donisete também tratou do tema com o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, mas a demanda ficou sem prazo para ser atendida. Por essa razão, o chefe do Executivo se mostrou grato pelo auxílio da parlamentar e não mostrou objeção ao local indicado por Vanessa. "Conversamos e agradeço a preocupação dela. Estou apenas esperando a vistoria com a Polícia Técnico-Científica", disse.

 




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