Economia Titulo Movimento
Setor automotivo negocia Inovar-Peças

Anfavea participa de conversas com governo federal para
fortalecer elos da cadeia produtiva do setor de automóveis

Leone Farias
Diário do Grande ABC
23/04/2013 | 07:22
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Marina Brandão/DGABC


Reprresentantes das montadoras estão participando de negociações com o governo federal, junto com a indústria de autopeças, para a formulação de programa chamado Inovar-Peças, destinado a ampliar a competitividade do segmento de componentes automotivos no País. Fortalecer esse setor, que sofre com a concorrência crescente dos produtos importados, é fundamental para que o Brasil tenha uma indústria automobilística de peso, segundo o novo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, que tomou posse ontem.

A iniciativa ainda está em estudos, mas a ideia é facilitar o acesso a financiamentos, monitorar o volume de componentes importados das empresas de conjuntos automotivos (os sistemistas) - para proteger as pequenas e médias indústrias do ramo - e estimular a inovação tecnológica do segmento, de forma a possibilitar a produção local de itens que hoje não são feitos no País. Moan cita que a eletrônica dos veículos, por exemplo, atualmente vem toda do Exterior.

EXPORTAÇÕES - Diretor de assuntos governamentais da General Motors, Moan, que assumiu o comando da Anfavea no lugar do presidente da Fiat, Cledorvino Belini, estabeleceu como desafio à frente da entidade a meta de que a indústria atinja 1 milhão de veículos vendidos ao exterior até 2017. É algo ambicioso, levando em conta que o segmento deve reduzir o volume exportado neste ano (caindo de 442 mil unidades em 2012, para 420 mil)

Para isso, ele pretende conversar com os governos federal e estaduais para a criação de política de comércio Exterior para a atividade, que poderia receber o nome Exportar-Auto, segundo o dirigente. Um dos focos seria a recuperação de impostos pagos nos produtos que vão ao mercado internacional. A avaliação é de que ampliar os embarques de carros ajudaria não só as montadoras, mas também outros elos do setor. "Cada veículo exportado leva junto toda a cadeia de autopeças. E se chegarmos a 1 milhão de veículos (vendidos a outros países) é sinal de que conseguimos atingir um grau mais elevado de competitividade", diz Moan.

INOVAR-AUTO - As fabricantes de carros vão ampliar em 60% o volume de investimentos nos próximos cinco anos. No período de 2008 a 2012, o setor aportou cerca de R$ 35 bilhões e a previsão agora é de que serão demandados R$ 60 bilhões, o que tem relação direta com as exigências tecnológicas e de compras de peças no País, em contrapartida à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), estabelecidas pelo programa Inovar-Auto.

O programa pode ajudar a reduzir a diferença entre o ritmo do crescimento das vendas e da produção nacional. De 2004 a 2012, as vendas do setor aumentaram 166%, enquanto a produção subiu 99%. Isso ocorreu, entre outros fatores, pela queda das exportações e também pela elevação das importações - os veículos do Exterior correspondiam a 5% do mercado interno em 2005 e, em 2012, representaram 20%.

 

 




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